Sul de Minas

Casal é preso após trocar filha de 7 meses por moto em São Lourenço

Os suspeitos que estavam com a criança também foram detidos, mas acabaram liberados por que já havia se passado o período de 24 horas referente ao flagrante

Por CAMILA KIFER
Publicado em 13 de dezembro de 2016 | 15:14
 
 
 
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Um casal foi preso na tarde dessa segunda-feira (12) na cidade de São Lourenço, no Sul de Minas,  após trocar a filha, de apenas 7 meses, por uma motocicleta. A mulher e o homem que estavam com a criança moram em Santa Rita do Sapucaí, também no Sul de Minas, onde foram detidos.

Os pais biológicos e os suspeitos de terem comprado o bebê foram ouvidos e liberados, uma vez que o período do flagrante já havia se passado. Agora, a Polícia Civil trabalha para tentar confirmar se realmente ocorreu a venda da criança e se há outros envolvidos. 

A Polícia Militar tomou conhecimento do caso nesta segunda depois que familiares do bebê começaram a desconfiar do sumiço da criança. Ao serem questionados sobre a filha, o casal não soube dizer o paradeiro dela, informando apenas que havia "sumido". 

Porém, a polícia foi acionada e a mulher, de 20 anos, e o marido, de 24, contaram apenas que a filha estava sob os cuidados de um casal na cidade de Santa Rita do Sapucaí.  Ainda aos militares, segundo consta no boletim de ocorrência, a mãe biológica disse que a madrasta de seu marido teria intermediado a entrega da criança.

A troca da menina pela moto ocorreu na noite do último sábado (10), na casa dos pais da criança em São Lourenço. Em seguida, os supostos compradores seguiram com a criança para a cidade de Santa Rita, onde moravam.

Assim que os pais biológicos da criança foram presos, a polícia conseguiu chegar até a casa dos supostos compradores em Santa Rita do Sapucaí, onde a mulher, de 33 anos, que estava com a menina foi detida, e o marido dela, de 36 anos, foram presos.

"A princípio, aos militares, os suspeitos negaram ter trocado a Honda Bros vermelha pelo bebê. Mas eles entraram em contradição várias vezes", explicou o capitão da Polícia Militar Gustavo Queiroz Barbosa Cavalcante.

Aos militares, no momento em que entraram em contradição, os suspeitos disseram que não tinham deixado a moto com os pais da criança. Porém, depois, alegaram ter levado a menina para Santa Rita para que ela fosse batizada e resolveram deixar a moto deles com os pais dela para que eles pudessem visitar a filha futuramente.

Durante conversa com os suspeitos, a polícia identificou que eles tentaram adotar uma criança em data anterior. "Pelo que sabemos. Me parece que eles não podem ter filhos e tentaram adotar um bebê antes, mas não conseguiram e agora partiram para um método ilícito", explicou o capital da PM.

Investigação

Ao contrário do que disseram aos militares, na Delegacia de Polícia Civil, a mãe e o pai biológico da criança negaram o crime. Já os compradores do bebê usaram o direito de permanecer calados. Um inquérito foi aberto pela delegada polícia Sue Helen Fricks para investigar o caso.

Passagens

A suspeita, identificada como T.V.A, de 33 anos, dona da moto, já tem passagens pela polícia por lesão corporal, atrito e embriaguez ao volante.

O marido ela, identificado como J.A.T, de 36, já foi preso por associação ao tráfico, atrito verbal, infração de trânsito, difamação, crime ambiental, estelionato e embriaguez. 

Menor

A criança, que já estava registrada com o sobrenome dos pais biológicos,  foi encaminhada para uma instituição de acolhimento a criança que é protegida pelo Estado.

"A menina permanecerá sob os cuidados do Estado até que a Vara da infância e Juventude decida o seu destino", explicou a coordenadora do Conselho Tutelar de São Lourenço,  Ana Paula Lorenzo. 

 

 

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