Chegou ao fim, nesta quarta-feira (25), o terceiro dia de julgamento do caso Backer. As audiências apuram a responsabilidade sobre a contaminação da cerveja da marca, a Belorizontina, em 2020. Até o momento, 19 testemunhas foram ouvidas.
Essa quinta-feira (26) será o último dia de depoimentos das testemunhas de acusação. Ainda não foram definidas as datas para os depoimentos da defesa e dos acusados.
O terceiro dia de audiência, como os dois primeiros, contou com relatos que destacam os sofrimentos das pessoas que ingeriram a bebida da marca. Muitos vivem com sequelas mesmo mais de 2 anos após o consumo.
A primeira vítima a depor nesta quarta-feira contou que o marido perdeu a visão, ficou com dificuldades para andar e precisou do auxílio de uma cadeira de rodas para se locomover. No momento, segundo ela, o homem está em recuperação.
A enteada de outra vítima falou sobre os últimos momentos da madrasta, que começou apresentando um quadro de diarreia e, por fim, já não reconhecia as pessoas. Já a esposa de um homem morto após consumir a bebida relatou que “foi o pior dia da vida” dela.
Mais um depoimento, do amigo de uma vítima, focou no fato que o homem era um esportista e atualmente apresenta problema motor. Por fim, a última testemunha relatou que o irmão perdeu 60% da audição e que os olhos dele já não fecham.
As testemunhas não tiveram os nomes divulgados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)
O caso envolvendo a Backer começou a ser investigado em 5 de janeiro de 2020, poucos dias após as primeiras vítimas passarem mal depois de ingerir a cerveja Belorizontina. As investigações confirmaram que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol atingiram litros de cerveja ainda em processo de fermentação.
Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.