O pai de Lorenza Pinho, 41, Marco Aurélio Alves Silva, 72, apresentou à Justiça um testamento da filha, no qual ela e o marido, André Luiz Garcia de Pinho, apontavam o médico Bruno Sander, 41, como o guardião dos filhos, caso algo acontecesse ao casal.
A informação foi confirmada a O TEMPO pelo advogado do promotor, Robson Lucas, e também pelo próprio médico. Sander explicou à reportagem que, à época, ele foi consultado pelo casal sobre a inclusão do nome dele no documento.
“Nós (ele e a mulher) não nos manifestamos antes porque queríamos respeitar a vontade das crianças. Quando elas falaram nossos nomes, e fomos intimados, explicamos na audiência”, contou Sander. Conforme Robson Lucas, diante do testamento e da vontade dos adolescentes, o Ministério Público foi favorável, assim como o defensor, e a guarda foi concedida ao médico.
A reportagem ligou novamente para o avô das crianças, que pode recorrer da decisão da Justiça se desejar. No entanto, as ligações não foram atendidas.
Entenda
Lorenza Maria Silva de Pinho morreu na madrugada do dia 2 de abril, no apartamento em que ela morava com o marido, o promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho e os cinco filhos do casal, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte.
André de Pinho alegou em depoimento que Lorenza teria se engasgado. Ele disse que chamou uma ambulância do Hospital Mater Dei e, quando o médico chegou, ela já estaria morta. O primeiro laudo do óbito, antes de as investigações começarem, dizia que Lorenza morreu por autointoxicação, mas a perícia indicou ter encontrado sinais de violência no corpo da mulher.
O promotor de Justiça foi preso na manhã do último domingo (4), no apartamento do casal.
A reportagem ligou, à noite, para o avô das crianças, que pode recorrer da decisão da Justiça se desejar. No entanto, as ligações não foram atendidas.