Cidadãos de Belo Horizonte reclamam de reajuste do IPTU: 'Não vejo retorno'

O reajuste de 4,72% no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) 2024 em Belo Horizonte gerou insatisfação nos moradores da cidade. A alteração na taxa - que segundo a PBH, corresponde à inflação do período - foi confirmada nesta terça-feira (2). Cidadãos belorizontinos consultados pela reportagem consideram a alta no valor do imposto injusta. 

Os questionamentos vão desde o reajuste em si até a falta de retorno que a população enxerga em relação do IPTU. A continuidade de problemas na infraestrutura da cidade é a principal queixa. Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, a arrecadação prevista para este ano é de R$ 2,1 bilhões.

O aposentado Florentino Rocha, de 62 anos, entende que, pelo momento econômico do país, o reajuste é um 'exagero'. "O salário (mínimo) teve só um pequeno reajuste", relembra. Florentino diz que não tem do que se queixar a respeito do valor que ele paga no IPTU, porém sente falta do retorno do imposto na melhoria da cidade. 

"A gente vê muitas coisas em decadência, muita coisa que deveria arrumar. Ruas para arrumar. Nos ônibus, a gente teve um novo reajuste, mas a gente vê muita precariedade. Então acho que, neste momento, (o reajuste do IPTU) é uma coisa exagerada", critica. 

O reajuste também revolta o vigilante Roberto Vieira dos Santos, de 47 anos, que também alega não ver um bom investimento do valor pago no IPTU. "Ruas esburacadas, boca de bueiro estourando. Eu não vejo retorno. Não concordo (com o aumento)", protesta. 

O homem, diz que um problema que ele gostaria de ver resolvido pelo dinheiro do IPTU é o saneamento básico da capital. "Depois que você resolve o saneamento básico na cidade toda, na infraestrutura, você tem melhorias em outras demandas"  explica. 

O funcionário público Geraldo Alves Ribeiro, de 51 anos, também aponta o saneamento básico de BH como uma questão que deveria receber recursos do IPTU. O homem considera o reajuste indevido e diz que a alta do imposto pode dificultar no pagamento das contas. 

“É tanto imposto que a gente paga. É uma coisa que a gente não vê resultado. Tem o IPVA também, que todo mundo reclama. Vai apertar um pouco”, admite.