Minas Gerais determinou que as cidades incluídas na "onda roxa" do Programa Minas Consciente, plano estadual para conter o contágio do novo coronavírus, adotem o toque de recolher todos os dias da semana das 20h às 5h. A princípio, a medida restritiva será obrigatória em duas regiões: Noroeste e Triângulo Norte

De acordo com o governo, a restrição terá validade de 15 dias, mas os índices epidemiológicos serão avaliados diariamente para definir as restrições. "Espero que seja suficiente, mas estaremos revendo sempre que for necessário", declarou o governador Romeu Zema (Novo).

Além do toque de recolher, o Estado determinou outras ações para impedir o avanço da Covid-19. Os moradores dos municípios na "onda roxa" também estão proibidos de circular sem uso de máscara de proteção em ambientes públicos e com sintomas gripais. "Exceto para realização ou acompanhamento de consultas ou realização de exames médico-hospitalares", explicou o governo.

Reuniões presenciais, inclusive de pessoas da mesma família, mas que não moram juntas, estão impedidas a partir de agora. Eventos públicos e privados também não estão permitidos. O Estado informou, ainda, a adoção de barreiras sanitárias para evitar a circulação de pessoas entre os municípios. As forças de segurança serão utilizadas para que as regras sejam cumpridas.

As medidas passam a valer a partir de quinta-feira (4) e são obrigatórias. Ou seja, os prefeitos terão que adotar as regras. “Onda roxa é uma onda diferente das demais. Não é mais opcional aos prefeitos decidirem se eles vão aderir ou não. A adesão é impositiva para evitar o colapso total da rede de saúde”, disse Zema.

 

Crise

O anúncio do governo ocorreu na mesma data em que o Estado teve o segundo pior dia da pandemia. Nas últimas 24 horas, conforme a Secretaria Estadual de Saúde, foram confirmados 227 mortes e 6.565 novos casos da Covid-19. Com isso, Minas soma 893.645 infectados e 18.872 vidas perdidas por causa da doença. 

A crise sanitária é tão severa que, hoje, o Estado tem seis microrregionais de saúde com mais de 80% dos leitos de UTIs ocupados por pacientes com Covid-19. O quadro afeta 44 cidades nas regiões Centro, Nordeste, Noroeste e Sudeste do Estado, onde vivem 538.785 pessoas.