Com 219 mil inscritos em todo o país, a prova do XXXII Exame de Ordem Unificado, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), está prevista para ser aplicada no próximo domingo, dia 13 de junho, em 169 cidades brasileiras. Em Minas Gerais, são aproximadamente 23 mil candidatos, sendo 8.500 deles em Belo Horizonte.

Preocupados com a disseminação do vírus da Covid-19 no dia da prova, bacharéis em Direito que se inscreveram para prestar o exame questionam como a entidade vai fazer um prova segura, diante da gravidade da pandemia e do grande número de candidatos.

“Como candidata, o meu maior receio é a alta exposição ao vírus, visto que são milhares de pessoas que não sabemos se estão contaminadas. A maioria dos examinandos não estão vacinados e podem contrair o vírus e levá-lo para a residência, passando para os familiares. Sem contar a pressão psicológica, que é realizar uma prova desse porte em meio a pandemia, pois temos a preocupação com nossa profissão, com a nossa saúde e a saúde de todos”, diz uma bacharel em direito, que pediu para não ser identificada.

Segundo a OAB, ao todo são aproximadamente 900 locais de provas, cinco deles na capital mineira – Universidade Fumec, PUC Minas (campus Coração Eucarístico, São Gabriel, e dois prédios no bairro Funcionários). O exame terá cinco horas de duração e será realizado das 13h às 18h, sendo que os portões serão abertos a partir das 11h30.

Conforme o edital os candidatos só podem deixar a sala após duas horas de início do exame, sendo permitido levar o caderno de provas para casa faltando uma hora para o término da prova. “Ao invés de facilitarem e colocarem horário limite para que não haja aglomeração dentro da sala, eles só pioram. Todos ficam até o horário final para levar os cadernos, pois somente com eles conseguimos ver que passamos para estudar para a segunda etapa”, reclama a candidata.

Em março deste ano, a OAB chegou a adiar a aplicação da prova devido a falta de segurança sanitária para a realização do exame. Um novo adiamento é defendido por alguns candidatos.

“O exame deve ser novamente adiado, visto que em março o cenário era um pouco melhor que o atual, com uma média 1.200 mortes diárias, e a prova foi adiada com o intuito de preservar a saúde de todos. Agora que temos média de 1.600 mortes/dia, a OAB ignora toda a situação catastrófica que o país está enfrentando e aplica a prova sem se quer ouvir os examinandos”, questiona a bacharel em direito que não descarta a possibilidade de ajuizar uma ação coletiva na Justiça, pedindo que a prova seja adiada.

A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. Procurada pela reportagem, a OAB informou que a data de realização da primeira fase do exame está mantida para o dia 13 de junho e que durante a realização da prova serão obedecidos “critérios rigorosos de segurança sanitária em conformidade com as especificações de cada local de aplicação da prova, especificados na Cartilha de Prevenção da Covid-19”.

O documento, elaborado pela entidade e pela Fundação Getúlio Vargas, responsável pela aplicação do exame, prevê nos locais de aplicação de prova o uso obrigatório de máscara e aferição de temperatura; uso de álcool em gel 70% e papel-toalha descartável nas salas, coordenação e banheiros; rotas de marcações no chão, a fim de garantir um distanciamento social seguro; salas organizadas com distanciamento máximo entre as carteiras e os devidos cuidados de ventilação (portas e janelas abertas); higienização dos ambientes antes da entrada dos candidatos e colaboradores, e ao término da prova, entre outros.

“O protocolo de segurança adotado, que segue rigorosamente as orientações das autoridades sanitárias, visa reduzir os riscos de disseminação do novo coronavírus e assegurar o bem-estar de examinandos e colaboradores na realização dos próximos Exames de Ordem”, afirma a OAB em nota.