Meio Ambiente

Combustível atingiu canaleta pluvial e solo após incêndio perto do Anel de BH

Órgão ligado ao governo de Minas verificou que o combustível atingiu a canaleta pluvial e uma camada fina do solo

Por Alice Brito e Raíssa Oliveira
Publicado em 14 de março de 2024 | 15:10
 
 
 
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O combustível que vazou do caminhão-tanque, que explodiu, nesta quarta-feira (14), às margens do Anel Rodoviário, em Belo Horizonte, causou danos ambientais de pequenas proporções. Segundo o Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), ligado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o produto inflamável atingiu a rede pluvial da região. 

De acordo com o diretor do NEA, Edilson Coelho, o combustível, que não entrou em combustão, atingiu a canaleta pluvial -  conjunto de tubulações responsáveis em captar, transportar e drenar a água da chuva da área urbana para os rios. No entanto, a quantidade considerada pequena de combustível possivelmente não afetou o lençol freático - de onde se extrai boa parte da água para consumo humano. Além disso, uma camada fina do solo também ficou comprometida. Para mitigar esse dano será realizada, em breve, a raspagem do solo. 

"As análises de danos ainda estão sendo realizadas. Entretanto, é possível saber que a canaleta pluvial e uma camada fina do solo foram atingidas. Como a quantidade de combustível que entrou nas canaletas foi muito pequena, porque a combustão foi muito grande, possivelmente,  o material não chegou ao lençol freático. Porém, os estudos para tal certificação ainda estão sendo realizados. Sobre o solo, uma raspagem será realizada nas partes atingidas para avaliações posteriores", detalhou o diretor do NEA.

Em nota, a Semad disse que os servidores do NEA também vão orientar a empresa responsável pelo veículo sobre as medidas cabíveis que devem ser adotadas em caso de constatação de dano. "Uma equipe vai orientar sobre as medidas cabíveis que serão adotadas pela empresa contratada pela transportadora para remediação dos possíveis danos ao solo e/ou aos recursos naturais", disse. 

Impacto deve ser pequeno, aponta especialista 

O coordenador do Projeto Manuelzão - que atua em defesa da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, avalia que os impactos, no entanto, devem ser mínimos. Isso porque o vazamento não atingiu diretamente nenhum curso d’água. “Ali é uma região asfaltada e cimentada, então o produto atingiu o sistema de drenagem (canaleta) e foi escoada para bueiro. Com certeza o combustível vai chegar a algum curso d'água, mas pelo volume e distância será um impacto diluído ao longo do caminho. Não é um impacto direto”, afirma. 

Para Polignano, diante da dinâmica do vazamento, os riscos para o abastecimento e a biodiversidade também são pequenos. “Naquela área e direção não temos nenhuma área de abastecimento, então não tem risco de contaminação de água para as pessoas. Também não é uma região que tenha peixes ou qualquer biodiversidade aquática que seja possivelmente afetada. A tendência é que isso gere algum grau de contaminação, mas será diminuído ao longo do curso sem provocar danos maiores”, finaliza.

Acidente 

O veículo, que estava carregado com gasolina, tombou na via por volta de 2h. Os bombeiros foram acionados e encontraram o caminhão tomado pelo fogo e o motorista carbonizado, já morto. O tanque de combustível foi danificado pelo impacto da queda e a carga de combustível vazou, escorrendo pela rua. O combustível atingiu uma vila de casas.

Quatro residências foram completamente queimadas, além de outros quatro imóveis que tiveram a fachada e outros cômodos parcialmente danificados. Dez veículos também foram atingidos, sendo quatro carros e duas mortos com perda total, e o restante com danos parciais. Ao menos nove moradores ficaram feridos e foram socorridos para o hospital. O motorista, de 54 anos, morreu carbonizado.

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