Órgãos

Conselho Federal absolve médicos  de Poços de Caldas 

Entidade confirma decisão tomada por regional de Minas

Por Camila Bastos
Publicado em 06 de abril de 2014 | 03:00
 
 
 
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) ratificou decisão do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) de absolver os médicos do município de Poços de Caldas, no Sul de Minas, que foram acusados de envolvimento em um esquema conhecido como “Máfia dos Órgãos”. Por terem sido condenados, a Justiça havia pedido a cassação do registro dos profissionais. Com a posição dos conselhos de arquivar os processos, os médicos estão liberados para exercer a medicina enquanto aguardam em liberdade uma decisão final do processo.

Em nota assinada pelos presidentes do CFM, Roberto D’avila, e do CRM-MG, Itagiba de Castro Filho, nenhum dos médicos denunciados foi considerado culpado pelas supostas irregularidades. “O CRM-MG apurou e julgou os fatos (...) não verificando nenhuma infração ética em relação aos atendimentos realizados pelos médicos denunciados. (...) Não houve por parte dos médicos denunciados nenhuma ação médica no sentido de abreviar ou ceifar vidas humanas”, diz o documento publicado pelas entidades no fim do mês passado. O texto ainda destaca que a Secretaria de Estado da Saúde também apurou o caso e não encontrou irregularidades nos procedimentos.

Entenda. O caso mais emblemático do suposto esquema de venda de órgãos é o do menino Paulo Pavesi. Em 21 de abril de 2000, Paulo, então com 10 anos, deu entrada no hospital com traumatismo craniano após cair de um brinquedo no prédio em que morava. Na denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), consta que o menino foi levado à morte por uma série de erros médicos, e que seus órgãos teriam sido retirados sem a comprovação oficial da morte encefálica.

A denúncia desencadeou mais sete inquéritos envolvendo a equipe de médicos. No começo deste ano, Sérgio Poli Gaspar, Celso Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foram condenados em primeira instância pelo desembargador Flávio Batista Leite a penas que variam de 14 a 18 anos de prisão por causa do caso. No fim de fevereiro, eles foram liberados por meio de um habeas corpus, para que possam aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.

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