Com problemas recorrentes de falta de água e sem uma solução da Copasa, um condomínio no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, precisou contratar um caminhão-pipa para que os cerca de 60 moradores tivessem acesso ao recurso essencial. No intervalo de uma semana, foram três pedidos de abastecimento, com veículos que levaram de 10 a 15 mil litros de água.

Os gastos totais com os três abastecimentos, estimados em mais de R$ 2 mil, foram arcados com o fundo de reserva do condomínio. Segundo o síndico, Daniel Carvalho, as notas fiscais foram guardadas para solicitação futura de reembolso junto à Copasa. Ele também explica que a companhia disse que não poderia fornecer o caminhão-pipa, devido a outros abastecimentos prioritários.

"É extremamente complicado, porque ficamos impotentes. E conseguir caminhão-pipa não é fácil", argumenta. Segundo o síndico, os problemas são rotineiros nas últimas semanas e mantêm um padrão: durante a madrugada, chega água, que dura até por volta do meio-dia. Daí em diante, conta Carvalho, ocorre o desabastecimento.

"Estamos reclamando direto com a Copasa, sempre vão pessoas da companhia ao prédio, mas não conseguem solucionar. Eles verificam que não há água e dizem que vão resolver, mas não resolvem", lamentou o síndico.

Em uma resposta enviada pela Copasa ao condomínio na quarta-feira (8 de maio), a companhia afirmou que a demanda havia sido "passada ao setor técnico, que irá fazer uma análise na região para saber o que está acontecendo". Contudo, no próprio comunicado, advertiu que o "estudo é demorado e não tem prazo para solução".

Sem água para beber

Morador do condomínio, o fotógrafo Gustavo Andrade diz que tem precisado comprar até água para beber. "Não tem água para nada, banho, lavar roupa, consumo. É um desconforto gigante. Você chega do trabalho cansado e não consegue fazer o que deveria", lamenta.

Andrade tem lavado as roupas e tomado banho na casa da mãe. "Estamos em contato com moradores de outros condomínios, e percebemos ser um problema que afeta prédios em regiões altas do bairro. É um transtorno muito grande", acrescenta.

A reportagem questionou a Copasa sobre a reclamação apresentada pelos moradores. No sábado, 11 de maio, a companhia enviou uma nota a O TEMPO em que explica a situação. Leia na íntegra:

"A Copasa informa que aguarda autorização da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para liberação da área em que será construída uma nova elevatória de bombeamento de água que irá ampliar a capacidade de abastecimento no Bairro Buritis. A Copasa destaca que a obra já foi licitada e o contrato assinado com a empresa terceirizada responsável pela execução da elevatória, que tem com objetivo melhorar as condições de atendimento aos consumidores. 

A Companhia esclarece ainda que realiza neste sábado (11/05) vistoria técnica em condomínio residencial na Rua Silvio Menicucci, 170, no Bairro Buritis, em Belo Horizonte, para identificação da causa da instabilidade no abastecimento de água no local, a fim de tomar as providências para solução do problema".