Construtora descarta degradação

A construtora Fernando Valle S/A garantiu ontem que a construção de 11 torres residenciais e uma comercial não vai afetar o abastecimento de água nem comprometer nascentes da mata do Cercadinho.

Segundo a empresa, o empreendimento ocupa uma parte mínima de toda a bacia de captação d"água. Mesmo assim, afirma, "foi firmado um termo de compromisso com a Copasa no sentido de se garantir água em quantidade e qualidade em relação ao percentual de contribuição que corresponde especificamente à área do empreendimento".

A degradação do manancial é o principal ponto de crítica dos contrários ao empreendimento, que será construído em uma área limítrofe à mata do Cercadinho, denominada Belvedere 3. O assunto chegou, inclusive, a ser discutido em audiências públicas na Assembléia Legislativa.

Na reunião promovida pela Comissão de Meio Ambiente da Casa, no dia 17 de maio deste ano, o representante da Copasa, Valter Vilela Cunha, falou da preocupação que precisa existir com o manancial que, segundo ele, é "fundamental para o abastecimento de parte de Belo Horizonte".

"Ou tomamos conta dessa bacia ou desistimos e partimos para outra. A ocupação de uma área de mais de 79 mil metros quadrados, na quadra 84 dos lotes 1 a 4 da bacia do Cercadinho, a nosso ver, irá promover a impermeabilidade de parte do terreno", completou.

Apesar da polêmica, a licença prévia para o empreendimento foi concedida pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) na última quarta-feira.

Segundo a secretária municipal de Meio Ambiente, Flávia Mourão, a principal preocupação no licenciamento ambiental é uma cava que existe no terreno, que serve de escoadouro natural de água de chuva.

"Essa condição de alimentação foi preservada nos estudos e no projeto arquitetônico feito pela empresa", afirmou.