Retorno a atividades

Coronavírus em BH: empresários querem solução com a prefeitura para retomada

Empresário lança manifesto pedindo retorno das atividades comerciais e cita suicídios devido à crise econômica

Por Helenice Laguardia
Publicado em 20 de abril de 2020 | 19:14
 
 
 
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Diante de conversas diárias com empresários de diversos setores, Leonardo Bortoletto – empreendedor há mais de 20 anos, fundador do Clube de Permuta que reúne 1.400 empresas no Estado, e da Nação Empreendedora, entidade com mais de 200 empresas – criou o manifesto #BHPEDESOCORRO.

“A posição do manifesto não é a retomada desgovernada da situação porque isso vai gerar um caos muito maior. Mas é colocar um plano em prática e ter a humildade de dizer que esse plano vai precisar de ajustes”, admitiu Bortoletto, durante entrevista à rádio Super 91,7 FM. Ele informou que no próximo dia 28, vai acontecer na Câmara Municipal de Belo Horizonte uma reunião com entidades para discutir o assunto e a prefeitura de BH vai ser convidada. 

Bortoletto disse que o sistema de saúde não entrou em colapso, o que mostra que a medida do isolamento, total ou parcial, até aqui adotada foi acertada. Por outro lado, outras mortes têm acontecido por causa deste mesmo vírus: suicídio, câncer, problemas do coração, que não conseguem atendimento a tempo; tratamentos que não conseguem ser realizados por conta da impossibilidade de deslocamentos até os centros de saúde. 

No caso de suicídios, Bortoletto informou que, infelizmente, não são apenas casos de empreendedores. “Não é só de gente abastada não. É de gente que perdeu o emprego e não se vê na condição de poder suprir a família, que comete essa atrocidade com a própria vida”, disse. 

Bortoletto contou que já recebeu notícias de três suicídios. São casos do interior de Minas Gerais, particularmente da cidade de Governador Valadares. “Para mim é mais do que o suficiente para sair da minha cadeira. A gente não precisa esperar a coisa descambar ao ponto de virar notícia de manchete de jornal para poder ser importante e relevante”, ponderou.

Para o empresário, é preciso perceber que isso está acontecendo assim como todas as cirurgias eletivas que estão canceladas podem ter o seu efeito e isso não está sendo medido.

“A que ponto estamos gastando inteligência e estratégia para poder imaginar que tudo o que está interrompido pode gerar um prejuízo tão grande quanto o ato que fez com que a gente interrompesse as atividades. Quando eu clamo pela necessidade de termos um planejamento é que não podemos esperar isso do cidadão.Cada um está resolvendo como pode. Mas para dar uma ordenação à cidade, a prefeitura tem que apresentar um plano para a gente e todas as entidades estão dispostas a colaborar”, afirmou. 

A medida de isolamento social, segundo Bortoletto, é necessária e tem apresentado bons resultados. “Agora, temos que entender que somos a terceira capital do país, cuja economia é importante, e que afetamos a vida de muitas pessoas com esse bloqueio. O efeito econômico inconsequente na saúde baseado numa cidade pequena é diferente daquele que Belo Horizonte pode causar".

"Da mesma forma que temos que controlar nossos cidadãos nesse momento por uma questão de ordenação pública, de saúde, temos que ser o primeiro a se movimentar e não o último a estabelecer um plano para que o cidadão volte a ter a sua renda, para que todos possam ter o convívio restabelecido com segurança, mas temos que retomar”, reivindicou Bortoletto.

Assista à entrevista na íntegra:

 

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