O corpo do bebê de 2 anos que morreu na queda do avião monomotor em Itapeva, no Sul de Minas, no domingo (28 de janeiro), foi liberado do Instituto Médico Legal André Roquette, em Belo Horizonte, aos familiares nesta quarta-feira (31 de janeiro). Antônio Neves Silveira era filho do empresário Marcílio Franco da Silveira, 42, e de Raquel Souza Neves Silveira, 40, que também morreram no acidente.
O menino foi o único que precisou passar por exame de DNA para ter a identidade comprovada e, por isso, não foi sepultado junto aos pais e às demais quatro vítimas da queda do avião nessa terça-feira (30 de janeiro). O procedimento de extração de DNA poderia durar de dias a semanas, mas, de acordo com a Polícia Civil, o caso foi priorizado na instituição.
“Buscando dar conforto aos familiares e amigos das vítimas da queda do avião, a Polícia Civil, por meio do seu laboratório de DNA, empreendeu todos os esforços na identificação do corpo da criança de 2 anos vítima desse desastre”, afirmou o perito criminal Giovanni Vitral.
Segundo ele, alguns exames são prioritários para identificação de pessoas, como por impressões digitais – esse que foi feito com as outras vítimas. No entanto, como a criança ainda não tinha banco de dados, foi necessária a extração do DNA. “É um processo complexo que exige múltiplas etapas, pessoal qualificado e equipamentos de ponta. Neste caso, por se tratar de amostras de DNA coletadas recentemente, pôde-se conseguir um resultado com a maior brevidade possível”, continuou o perito.
As investigações continuam a cargo da Delegacia de Polícia Civil de Camanducaia para conclusão do inquérito sobre o acidente. As investigações vão definir a causa da queda do avião, que se despedaçou no ar.
Relembre
Sete pessoas morreram devido à queda de um avião monomotor, na manhã de domingo (28 de janeiro), em Itapeva, no Sul de Minas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, antes de cair, a aeronave se despedaçou no ar, o que é raro. Destroços foram encontrados distantes do local da queda.
Investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) colheram provas e depoimentos para a elaboração do relatório final sobre a tragédia. Ainda não há prazo para divulgação.
Saiba quem são as vítimas
- Marcílio Franco da Silveira, 42 anos
Marcílio era sócio da empresa Credfranco e presidente da Associação Nacional das Empresas Correspondentes Bancárias (ANEC). Nas redes sociais, ele se descrevia como um “apaixonado por cavalos”.
A ANEC prestou homenagem por meio de nota, dizendo que o empresário “deixa um legado de trabalho e dedicação que será sempre lembrado por todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo”. Marcílio estava no avião acompanhado de sua esposa, Raquel, e do filho, Antônio, de 2 anos.
- André Rodrigues do Amaral, 40 anos
André era sócio da empresa Credfranco, junto com Marcílio, e fazia parte do Conselho da ANEC desde a sua fundação. Em nota de pesar divulgada pela Credfranco, André foi lembrado como quem deixa um “legado de empreendedorismo, liderança e humanidade”.
Aos sócios, a empresa decretou luto nesta segunda-feira (29 de janeiro). “Neste momento de luto, expressamos nossas mais sinceras condolências e solidariedade à família, amigos e a todos que compartilham conosco este momento de tristeza e reflexão”.
- Raquel Souza Neves Silveira, 40 anos, esposa de Marcílio
- Antônio Neves Silveira, de 2 anos, filho de Marcílio e Raquel
- Fernanda Luísa Costa Amaral, esposa de André, de 38 anos
- Geberson Henrique Tadeu Chagas Pereira, 44 anos, piloto do avião
Piloto profisisonal há 12 anos, Geberson deixa mulher e duas filhas de 5 anos e 9 meses.
"Morreu um grande filho, um grande irmão, um grande marido, um excelente pai, um excelente profissional, totalmente dedicado a todos. Temos a certeza de que nosso querido Geberson descansa nos braços do Pai", divulgou sua família.
- Gabriel de Almeida Quintão Araújo, de 25 anos, copiloto
Amigos de Gabriel disseram que ele era "apaixonado" pela aviação e "respirava" esse mundo 24 horas. "Ele ficava horas no aeroporto. Era uma pessoa muito simples, dedicada. Tinha 25 anos e sabia tudo e mais um pouco da aviação. Era muito apegado à família, um pai incrível, menino bacana, bem criado. A mãe está arrasada", disse um amigo de Gabriel.
O jovem era sobrinho do Euler Araújo, integrante do Conselho de Administração do time do América. Na madrugada desta segunda-feira (29 de janeiro), o América Futebol Clube publicou um vídeo dos jogadores rezando, ao final da partida contra o Ipatinga, pelo Campeonato Mineiro, em condolências pela perda do sobrinho do dirigente Euler Araújo no acidente aéreo de Itapeva.
“Nós somos uma família. A gente parabenizou e premiou o presidente (do time, que fez aniversário), mas, ao mesmo tempo, vamos orar pela perda do Euler, que Deus conforte a família, que Deus conforte os corações”, disse o técnico Cauan de Almeida.