O corpo da jovem Débora Cristina Gonçalves Dias, de 19 anos, foi identificado, na última quarta-feira (23) pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte, após quase cinco meses da morte dela. O defeito em um equipamento de DNA causou a demora e levou angústia à familia dela. A mãe da vítima Adinalva Gonçalves Ferreira, de 43 anos lutava para conseguir identificar a filha, desde a morte dela.
Em conversa com a imprensa, na manhã desta sexta-feira (25), o delegado-geral da Polícia Civil, Joaquim Francisco Neto e Silva, afirmou que o novo equipamento denominado quantificador de DNA deve chegar ao Instituto Médico Legal (IML) em até 40 dias.
"O conserto, como é comum no serviço público, depende de licitação. Essa licitação acontecerá agora no começo de julho e a gente acredita que, com mais ou menos, 30, 40 dias esse equipamento terá sido consertado. E, ao mesmo tempo, estamos adotando medidas para comprar mais equipamentos deste para que esse tipo de acontecimento não venha novamente a ocorrer. É um equipamento abaixo de R$ 300 mil e que o Estado consegue comprar", afirmou o delegado-geral.
Ainda conforme Neto e Silva, os trabalhos não foram suspensos com o equipamento estragado, uma vez que conseguiram outro emprestado.
"Após a confirmação do defeito do equipamento, logo em seguida, foram adotados os procedimentos para o conserto. Minas Gerais não tem vários equipamentos desse, mas a Funed (Fundação Ezequiel Dias) nos disponibilizou para empréstimo e está sendo utilizado sem quebra na rotina do serviço Obviamente, que tem situações concretas de identificação de cadáveres que é um pouco mais demorada, certas circunstâncias que demoram meses para acontecer a confirmação do DNA. É o caso dessa família que aguardava a identificação do seu ente querido", finalizou.
O crime
No dia 19 de janeiro, dois corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro incendiado em Taquaraçu de Minas, na região Central de Minas. À época do duplo homicídio, a Polícia Militar (PM) informou que o casal combinou uma corrida particular com um motorista em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Em um certo momento do trajeto, eles deslocaram para a zona rural da cidade, onde foram rendidos por criminosos. O homem e a mulher foram baleados e o motorista foi deixado em um lugar ermo. Os bandidos fugiram com o carro e com as vítimas baleadas dentro do veículo, que tinha rastreador. Já na zona rural de Taquaraçu de Minas, o carro foi encontrado incendiado. Dentro dele estavam os dois corpos.
O outro corpo, que supostamente é do namorado de Débora ainda não foi identificado. "A PCMG informa que as identificações estão sendo realizadas em parceria com a Fundação Ezequial Dias (Funed), órgão estadual que disponibilizou à PCMG o uso do quantificador de DNA", informou.
Ainda segundo a polícia o fato de os corpos "terem sido encontrados altamente carbonizados, a identificação, que não foi possível por papiloscopia, antropologia ou odontologia, demanda maior prazo, e não é possível, por ora, estimar data para a finalização dos trabalhos técnicos", conclui.