O defeito em um equipamento chamado de quantificador de DNA atrasa a conclusão do processo de identificação dos dois corpos oriundos de Taquaraçu de Minas, na região Central do Estado. A demora causa angústia na cozinheira Adinalva Gonçalves Ferreira, de 43 anos, que desde o início do ano tenta conseguir no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte a identificação da filha. Débora Cristina Gonçalves Dias, de 19, teria sido assassinada junto com o companheiro.
A família já tinha dito que a demora na conclusão era por causa de falha no equipamento, a informação foi confirmada somente nesta terça-feira (22) pela Polícia Civil. O órgão informou que "nos próximos dias, (6/7), haverá a realização de pregão para a manutenção corretiva do aparelho. Reiteramos que pelo fato de os corpos terem sido encontrados carbonizados, a identificação, que não foi possível por papiloscopia, antropologia ou odontologia, demanda maior prazo. Ainda, a Superintendência de Polícia Técnica-Científica da Polícia Civil Minas Gerais informa que, após a realização do pregão, em até trinta dias, a identificação dos dois corpos deverá ser finalizada", informou por nota.
Drama da família
No dia 19 de janeiro, dois corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro incendiado em Taquaraçu de Minas, na região Central de Minas. À época do duplo homicídio, a Polícia Militar (PM) informou que o casal combinou uma corrida particular com um motorista em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Em um certo momento do trajeto, eles deslocaram para a zona rural da cidade, onde foram rendidos por criminosos. O homem e a mulher foram baleados e levados da área dentro de um carro. O motorista foi deixado em um lugar ermo.
Adinalva soube do crime pela Polícia Militar no mesmo dia, e da possibilidade de uma das vítimas ser a filha. Ela tinhase encontrado com Débora uma semana antes dos assassinatos e, desde então, não teve notícias da jovem.
"Estou esperando esse exame de DNA já faz cinco meses. Todas às vezes que eu liguei no IML para saber da identificação, eles diziam que, devido aos corpos estarem carbonizados, está difícil para colher o material e fazer o exame, mas não era isso.E agora que me falaram que o equipamento está estragado. Eu nem sei se é ela mesmo, estava sem documento", explicou.