O descompasso entre supressão de árvores e replantio preocupa moradores de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Pelo menos é o que teme quem passa na avenida Babita Camargos, no bairro Cidade Industrial. Nas últimas semanas, a avenida que até então contava com árvores de até 35 anos de idade está completamente "pelada". Cerca de 54 árvores foram retiradas do trecho, segundo a Cemig, para não colocar em risco a população. As árvores eram das espécies castanheira e pau de ferro, que podem chegar a 25 metros de altura.
De acordo com a empresa, as árvores estavam situadas em uma linha de distribuição de 138 mil volts podendo causar graves acidentes. Segundo a Cemig, as espécies que foram plantadas sob a linha eram incompatível com o sistema elétrico e que devido às inúmeras intervenções feitas nas árvores nos últimos anos ocasionou a perda de sua vitalidade, enfraquecimento da estrutura e consequentemente risco a população e ao sistema elétrico. O problema já teria sido constatado há seis anos conforme a companhia.
Tanto a Cemig quanto a Prefeitura de Contagem garantem que as árvores vão ser substituídas e replantadas por diversas espécies que são mais adequadas a conviver no ambiente das cidades. Mas segundo a Cemig o processo de replantio está suspenso momentaneamente por conta de uma medida judicial. A prefeitura de Contagem por sua vez informou que no caso da Babita Camargos já houve o replantio. O excedente de árvores será plantado na região ou em área indicada pela prefeitura.
Enquanto as mudas vão sendo replantadas, o trecho é palco de reclamações. Diversas cruzes simbolizado a morte e cartazes todos os dias são colocados no local. "40 anos para crescer e e quatro minutos para destruir. Não agridam a natureza", diz uma das faixas colocada por moradores no trecho.
Mais árvores.
Quem também teme a retirada de mais árvores são os moradores e comerciantes do bairro Água Branca, também em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Há poucos metros da avenida Babita Camargos, ao menos 144 árvores, que ficam no parque linear da avenida Teleférico Um, uma das principais vias de acesso ao bairro, também vão ser cortadas.
Segundo a prefeitura da cidade, o objetivo alargar a via nos dois sentidos para construir corredores de ônibus e, para isso, no projeto consta que as árvores sejam suprimidas. O custo médio para a retirada das árvores está estimado de $300,00 por árvore mais a reposição de 10 mudas por supressão, totalizando R$ 43.200.
Como forma de protesto, moradores instalaram nas árvores fitas verdes e pretas, além de placas pedindo que elas não sejam derrubadas. “Quer investir em mobilidade? Investe no metrô ou na qualidade dos ônibus. É um transporte limpo, barato, seguro e carrega mais gente”, pontuou o aposentado Luciana Mendes, 68.