Geralmente usada para festas, exposições e feiras, a Serraria Souza Pinto, localizada na região Centro-Sul de Belo Horizonte, vai ganhar uma nova função, ao que tudo indica, no início da semana que vem. Graças a um projeto elaborado pela Pastoral de Rua, da arquidiocese da capital, sociedade civil, Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), governo do Estado e o Instituto Unibanco, o espaço vai ter capacidade de atender até 1.000 pessoas em situação de rua por dia.
O objetivo é de ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), sobretudo neste período de frio intenso. A ideia é de que o trabalho funcione pelo menos até agosto e estará aberto das 8h às 14h.
“Esta ação é fruto de uma mobilização da sociedade civil, com todas estas parcerias, que vai abranger agora a Serraria Souza Pinto. Esta ação foi iniciada logo no início da pandemia de coronavírus, mas que foi ampliada graças a essa união”, explicou a coordenadora da Pastoral de Rua da arquidiocese, Claudenice Rodrigues Lopes.
Segundo ela, a Pastoral já havia conseguido hospedagem em pensões da capital para cerca de 150 idosos em situação de rua. “Eles passam por uma avaliação de saúde para serem aceitos. Também temos a oferta de café da manhã aos sábados e domingos em todas as regionais, atendendo cerca de 2.400 pessoas. Tudo isso desde o início da pandemia”, continuou.
De acordo com Claudenice, todo o projeto na Serraria foi elaborado com a colaboração do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da PBH, respeitando o distanciamento social e com cerca de 50 atendimentos por vez para evitar o contato entre as pessoas.
Quem for atendido vai passar por medição de temperatura, ganharão lanches, terão atendimento social e uma pequena consulta médica. Na área social, Claudenice explica que a iniciativa ainda busca apoio para que os sem-teto recebam informações sobre documentos, além de fazerem denúncias a respeito de violência.
“Também serão distribuídos pelo menos 2.000 kits de inverno com sacos de dormir, cobertores e roupas, além de álcool em gel e máscaras”, continuou a coordenadora da Pastoral.
“É uma ação emergencial pelo contexto, mas entendemos que precisamos pensar no estruturante, dar moradia para essas pessoas. Ao contrário do que dizem, podemos ver que com essa ação da pensão, por exemplo, dando uma condição de moradia digna, essas pessoas conseguem superar esta situação de rua. Há muitas possibilidades, devemos pensar nos inúmeros imóveis públicos ociosos, por exemplo”, completou.