“O que era pra ser uma noite de festa e alegria, se tornou um grande desespero e pânico”. O relato de Marco Pedroza tomou as redes sociais após uma bomba de efeito moral lançada pela Polícia Militar (PM) ter atingido a filha dele, que é portadora de síndrome de down. Tudo aconteceu na saída da partida entre Cruzeiro e Tombense, no Mineirão, no último sábado (6).
Pedroza conta que levou a família ao jogo após pensar com “carinho e cuidado”, pois queria uma partida que não representasse riscos devido ao confronto entre as torcidas. A vitória do clube do coração por dois a zero, em princípio, seria a principal lembrança daquela noite.
“Um lindo jogo e festa da torcida, porém ao sair do estádio fomos surpreendidos com a truculência e ignorância de alguns policiais, que estavam dispersando os torcedores com bombas, gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Esses torcedores, em sua grande maioria, eram de famílias e crianças, entre eles a minha família”, escreveu em um dos trechos da publicação no Instagram.
O torcedor relatou que ele e a família foram surpreendidos com um bomba lançada na direção deles por policiais. O pior aconteceu e estourou nos pés da filha de Pedroza, que também é cardiopata. A menina e os pais ficaram feridos com os estilhaços do artefato.
Nas redes sociais, ele publicou as fotos que mostram as feridas. “Graças a Deus foram ferimentos que, apesar de se tornarem cicatrizes físicas, jamais serão esquecidos em nossas memórias. Que a justiça seja feita e que esse tipo de situação não se repita com outras famílias, evitando uma possível tragédia maior”.
Pedroza e a família estão se recuperando do susto. A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) compartilhou a publicação do torcedor. “A Federação Down repudia esta inaceitável violência, se solidariza com a família e torce pela rápida recuperação”, disse a mensagem se solidarizando.
Internautas também enviaram mensagem solidarizando com o ocorrido. “Meu Deus, posso imaginar seu desespero. Graças a Deus estão bem. Não pode se calar. Justiça seja feita”, escreveu uma seguidora.
A Minas Arena, procurada pela reportagem de O TEMPO, informou que teve conhecimento do fato e fez contato com a família para prestar assistência. “As câmeras do sistema de vigilância estão à disposição das autoridades para esclarecer o ocorrido”, esclareceu.
A Polícia Militar também foi procurada, mas não se posicionou até a publicação da matéria. O texto será atualizado, assim que o posicionamento for recebido.