Durante o sequestro que durou 15h no bairro Parque São Pedro, na região Norte de Belo Horizonte, a criança de 7 anos ficou na sala da casa com o sequestrador e o jovem de 23 anos ficou no quarto mantendo contato com os familiares. Foi o rapaz mais velho que contou para a prima pelo Whatsapp a dinâmica do sequestro e como os dois reféns estavam dentro da casa. 

“Ele falava comigo que estava dentro do quarto e a criança estava na sala como o sequestrador e ele estava dentro do quarto mexendo no telefone. E ele falava comigo que conversava muito com o sequestrador pedindo para ele não fazer isso e o sequestrador dizia que ia fazer e que estava lá para morrer e iria até o final”, contou a prima do refém, Rafaela Heloísa, de 20 anos. 

Ainda de acordo com a prima, a vítima conhecia o sequestrador, já que os dois moravam no mesmo bairro e se conheciam do local. Quando Rafaela conversou com o primo, ele procurou tranquilizar a família sobre o crime. “Por volta de 7h da manhã (desta quinta), eu vi que ele estava online e comecei a conversar. O tempo todo ele tentava tranquilizar a gente. Ele pedia, por favor, tranquiliza a minha mãe, fala que eu estou de boa e que estou bem, mas mesmo assim o coração fica apertado, por mais que ele tente tranquilizar a gente fica agoniado aqui fora”, relatou a jovem.

Ela disse ainda que a família não conseguiu dormir e passaram a noite em orações para que nada ocorresse com o primo. Os reféns foram liberados na manhã desta quinta-feira (22).  “Agora a sensação é de alívio e de não acreditar que aconteceu com a minha família. Nós oramos muito, eu e minha tia que é mãe dele. Pedi a Deus pra tirar essa agonia logo por que eu não tinha mais forças”, concluiu. O jovem está na delegacia prestando depoimento sobre o crime. 

O sequestro começou nesta quarta-feira (21), quando Leandro Mendes Pereira, de 39 anos, foi à casa da ex-mulher, de 25 anos etentou abordá-la, mas ela conseguiu escapar. Contudo, o filho dela e o jovem de 23 anos, que é amigo da mulher, foram feitos de reféns. O sequestro durou 15h, e como não houve avanço nas negociações, um sniper atirou contra o sequestrador que foi levado ao hospital em estado grave.