De visual novo, mulher de furto milionário em BH foi descoberta pela tatuagem

A ruiva que aparece furtando nas imagens das câmeras de segurança de um prédio de luxo no bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, em outubro do ano passado, usa, na verdade, um disfarce. Cabelo, roupas e maquiagem são parte da dinâmica do crime para a mulher de 30 anos. Habituada a invadir condomínios de luxo como se fosse proprietária, a suspeita já cometeu pelo menos outros seis crimes, todos eles em São Paulo, onde foi presa nesta quinta-feira (5 de outubro) – mas há indícios, também, de furtos em Fortaleza (CE). De cabelos pretos e sem maquiagem, os policiais só conseguiram identificá-la pela tatuagem na mão. 

Os detalhes da prisão da suspeita foram divulgados em coletiva de imprensa pela Polícia Civil de Minas Gerais nesta sexta-feira (6 de outubro). De acordo com o delegado Gustavo Barletta, do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), os policiais de São Paulo precisaram entrar em contato para confirmar a identidade da mulher.

“No crime em BH, estava ruiva, usava um óculos. Quando foi presa, em São Paulo, estava de cabelo preto e quase irreconhecível sem maquiagem. Como ela estava sem identidade, os policiais ficaram em dúvida e entraram em contato, e nós a reconhecemos”, afirma. Uma tatuagem na mão foi o que entregou a mulher. Depois, ela confessou o crime. 

Barletta explica que a mudança de visual e a vida “oculta”, sem ostentações, dificultou a busca pela suspeita. “Ela tem o perfil de se esconder, muda de visual com frequência, temos indícios de que usava documentos falsos. Não existem sequer fotos que ela tenha tirado nas cidades dos furtos”, explica o delegado. 

Dessa forma, a suspeita escapou muitas vezes de ser pega, ainda que tenha sido indiciada por furto na capital paulista. “Essa mulher trabalha com esse tipo de crime há alguns anos e mesmo assim nunca tinha sido presa, mesmo sendo conhecida pelas imagens das câmeras de segurança e procurada pela polícia de Minas e de São Paulo. Estamos felizes com essa prisão”, continua.

Mulher só foi encontrada porque seu suposto namorado foi preso 

Nesta quinta-feira (5 de outubro), a Polícia Civil de São Paulo (PCSP) cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma casa em Heliópolis, na capital paulista. A operação não era contra a investigada pelo furto milionário em BH, mas em desfavor de um homem, suspeito de tráfico de drogas, que vivia junto com ela. O homem foi preso em flagrante por tráfico, e a mulher não escapou.

“Não posso confirmar que são namorados, mas existe um vínculo afetivo entre eles. É possível que este homem tenha colaborado com o furto aqui em Belo Horizonte, mas precisamos investigar. Uma equipe vai até São Paulo só para isso”, afirma Gustavo Barletta. Bolsas e relógios de luxo foram apreendidos no mandado de busca – isso ainda será analisado se há relação com o crime em BH. 

Outros suspeitos ainda não foram identificados 

Além da mulher, mais três homens colaboraram com o crime no bairro Luxemburgo há quase um ano, segundo a polícia. Dois aguardaram por ela na porta do edifício e um ficou no veículo. Até o momento, nenhum deles foi identificado. A expectativa é que com o celular da suspeita a localização dos homens se torne possível. 

A suspeita continua presa em São Paulo, mas será transferida para cumprir pena em Minas Gerais assim que a Justiça autorizar. A investigação continua, uma vez que o inquérito não foi fechado. Nesta sexta (6), a mulher deve depor. 

Relembre 

Em 26 de outubro do ano passado, a mulher, ruiva, invadiu um apartamento de luxo no bairro Luxemburgo, região Centro-Sul de Belo Horizonte, e furtou diversas joias. O material levado foi avaliado em mais de R$ 1 milhão.

Segundo informações da Polícia Militar (PM), a mulher teria se passado por moradora para conseguir entrar no condomínio. Em seguida foi ao apartamento, que pertence ao dono de uma concessionária em BH, onde roubou as joias e fugiu. 

Não havia ninguém no apartamento na hora do crime. Câmeras de segurança flagraram a mulher, dando início a investigação.