Na Pedro I

Demolição de viaduto que desabou deve durar até dois dias

O início da demolição foi autorizado na noite desse domingo (6) pela Justiça, que havia embargado o processo para que o local do desabamento permanecesse resguardado para a perícia

Por Bruna Carmona
Publicado em 07 de julho de 2014 | 14:01
 
 
 
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O viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou na última quinta-feira (3), na avenida Pedro I, em Belo Horizonte, começou a ser parcialmente demolido nesta segunda-feira (7). Um rompedor hidráulico está sendo usado para furar a estrutura de concreto e duas escavadeiras recolhem o entulho que resulta da operação. Um caminhão-pipa joga água para controlar a poeira no local. Os trabalhos devem ser concluídos em até dois dias.

O início da demolição foi autorizado na noite desse domingo (6) pela Justiça, que havia embargado o processo para que o local do desabamento permanecesse resguardado para a perícia.

A execução das obras está a cargo da demolidora Solum, contratada pela Cowan, e os trabalhos estão sendo acompanhados pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, além de peritos da Polícia Civil. Por razões de segurança, os operários fazem pausas a cada 30 minutos, para que a Defesa Civil faça a verificação da área. O trânsito no local está interrompido.

Nesta segunda-feira a Polícia Civil divulgou nota sobre as investigações sobre a queda do viaduto. Leia a nota na íntegra:

A Polícia Civil de Minas Gerais informa que, com o início da demolição do viaduto Guararapes na Avenida Pedro I, o Instituto de Criminalística da Polícia Civil prossegue nos trabalhos de perícia do local, tendo em vista que cada movimentação dos escombros pode facilitar a coleta de informações fundamentais para elaboração do laudo final dos peritos, o que fará parte do inquérito policial.

A área onde ocorre a demolição corresponde à parte que obstruiu as duas pistas da avenida, cuja futura liberação ficará a cargo da Defesa Civil Municipal. Será preservado um de raio aproximadamente dez metros no entorno do pilar central, onde serão realizados exames periciais específicos para verificar a situação em que se encontra a fundação dessa parte da construção.

O Instituto de Criminalística também atua no monitoramento dos trabalhos de remoção, com o objetivo de colaborar com a Defesa Civil Municipal.

O inquérito policial que apura a queda do viaduto prossegue sob a responsabilidade do delegado Hugo e Silva, titular da 3ª Delegacia Regional de Venda Nova. Até o momento, já foram ouvidas vinte pessoas, entre vítimas, testemunhas, engenheiros e operários da empresa responsável pela obra. Estão previstos outros depoimentos para os próximos dias. O delegado aguarda também os laudos dos exames do corpo de delito das vítimas, produzidos pelo Instituto de Medicina Legal, que serão anexados aos autos.

Acompanhamento das obras

Um acordo firmado entre moradores dos condomínios do entorno da avenida Pedro I e a Defesa civil define que os operários trabalharão de 8h às 22h. De acordo com o documento, assinado nesse domingo (6), os moradores poderão acompanhar de perto da obra e solicitar documentos, mediante autorização de um agente da Defesa Civil e a apresentação de um crachá, que será entregue pela prefeitura ainda nesta segunda-feira.

Vereadores pedem CPI

Seis vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) solicitaram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a segurança nas obras de mobilidade urbana de Belo Horizonte, durante uma reunião na manhã desta segunda-feira (7). Para que a abertura da CPI seja aprovada são necessárias 14 assinaturas e, de acordo com a assessoria da CMBH, até o momento, seis parlamentares assinaram o documento.

O acidente

O viaduto em construção na avenida Pedro I desabou, na altura do bairro São João Batista, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, na tarde da última quinta-feira (3). Duas pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas. A queda aconteceu por volta das 15h10.

O viaduto fica próximo ao parque Lagoa do Nado e um Fiat Uno, um outro carro de passeio, um ônibus da linha circular 70 e pelo menos dois caminhões ficaram presos sob a estrutura.

Morreram na queda do viaduto o motorista do Uno, Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25 anos, e a motorista do ônibus, Hanna Cristina dos Santos, de 24. 

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