Maurício Lauro Lemos, 52, uma das vítimas da tragédia de Brumadinho, trabalhava como motorista em uma empresa terceirizada que fazia entregas na área da barragem, provavelmente, de materiais de construção. “Ele estava neste trabalho há 6 meses e falava que a obra já iria acabar no mês que vem”, conta a filha dele, Juliana Lemos.

Ela diz que, na última sexta-feira, ele saiu de manhã para trabalhar, como sempre fazia. “Na hora do almoço, às 12h23, minha mãe ligou para ele”, conta Juliana. “Ele falou que estava esperando pelo chefe dele no carro e, depois disso, não conseguimos mais contato”.

Depois de saber do acidente, a família entregou documentos de Lemos ao Instituto Médico Legal e tentou conseguir informações no local das operações de resgate. “Mas é tudo muito bagunçado, então decidimos colocar as fotos dele em redes sociais, mandar para os amigos e ficamos acompanhando as notícias na televisão, na internet”, fala Juliana. “Não voltamos mais para o local do resgate, porque a gente não queria deixar minha mãe sozinha. Ela também não queria que a gente fosse para perto da barragem, por medo de um novo acidente”.

Segundo ela, a notícia da morte do pai foi dada pelo IML, que ligou para a família informando do corpo e da identificação positiva feita a partir da impressão digital.  “A gente viu isso acontecer em Mariana e nunca pensou que pudesse acontecer aqui em Brumadinho”, lamenta.

Maurício tinha mulher, filha e dois netos, um de 13 e outro de 9 anos.