Ao menos 15 vítimas

Designer é preso em Contagem por estupro e divulgação de vídeos íntimos

Homem já havia sido preso uma vez, em 2019, pelos mesmos crimes

Por Carolina Caetano
Publicado em 17 de maio de 2021 | 12:31
 
 
 
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Cinco meses após sair da prisão, um designer gráfico, de 31 anos, foi preso em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, novamente, por estupro e divulgação de vídeos íntimos de mulheres. Em coletiva nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil informou que neste ano já foram identificadas mais três vítimas. 

A prisão preventiva aconteceu na última sexta-feira (14). O caso começou a ser investigado em março, quando uma jovem de 28 procurou uma delegacia na região do Barreiro. 

"As vítimas nos procuraram e começaram a relatar os abusos praticados. Elas nos disseram que o indivíduo marcava encontros sexuais e, durante a prática sexual, ele começava a se portar de forma muito violenta, pedindo práticas de alguns atos que as vítimas não queriam fazer", explicou o delegado Túlio Silva. 

O criminoso forçava o sexo anal, dava tapas e cuspia nas mulheres. Para cessar com às agressões, ele usava alguns "códigos". 

"No caso específico da vítima de 28 anos, o investigado condicionou a parar a prática de determinado ato sexual ao fato da vítima ingerir a urina dele. Além desses abusos que, no nosso entender, configura o crime de estupro , o investigado filmava e fotografava as relações sexuais chegando a divulgá-las em aplicativos de conversas e veiculando junto com as imagens os perfis das redes sociais das vítimas para identificá-las", detalhou o policial. 

As outras mulheres  deste ano têm 24 anos, também vítima do estupro, e uma jovem de 18. A mais nova, segundo a polícia, não teve encontro com o homem, mas chegou a trocar nudes quando tinha 15 anos com ele, tendo as imagens divulgadas. 

Preso em casa 

O homem foi localizado na casa em que mora com a mãe, avó e tias no bairro Santa Cruz Industrial. 

Ao ser questionado, ele confessou a divulgação das imagens, mas negou os atos de estupro. O homem alegou à polícia que teria "distúrbios sexuais". 

"Ele confessa a divulgação das imagens exatamente pelo distúrbio que ele alega ter, o sadismo, exibicionismo. Mas nega a prática de estupro e fala que os atos sexuais foram  consentidos, o que é desmentido pelas vítimas", afirmou o delegado. 

No imóvel em que o bandido estava, a polícia apreendeu CDs com imagens pornográficas, um celular e porção de maconha. 

De acordo com a Polícia Civil, o homem vai responder pelos crimes de estupro, divulgação de cenas de sexo sem o consentimento da vítima e divulgação de fotografias e cenas de sexo envolvendo menor. 

Prisão em 2019

A primeira prisão do homem pelos mesmos crimes aconteceu no dia 3 de dezembro de 2019. À época, a polícia informou que ele era aluno do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, engajados em causas feministas e a grupos minoritários. Ele se preparava para apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Em 2019, ele teria divulgado vídeos das relações sexuais com três ex-namoradas em sites pornográficos.

No começo de 2020, o Ministério Público informou que o homem foi denunciado por crimes sexuais contra 12 vítimas, entre 2011 e 2019. Ele foi solto no final do mesmo ano. 

Com mais três vítimas da nova investigação, o número passa para, ao menos, 15. 

"A gente pretende, agora, com a arrecadação do celular, identificar novas imagens e possíveis outras vítimas", finalizou o delegado.

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