Veja vídeo

Disparos feitos de helicóptero da PM em aglomerado de BH assusta moradores

Polícia Militar comunicou que os disparos foram feitos para frear a fuga de dois suspeitos de cometer assaltos em série na região do Funcionários

Por Lara Alves
Publicado em 18 de setembro de 2019 | 11:21
 
 
 
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Tiros disparados de um helicóptero da Polícia Militar durante uma operação no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, assustou moradores da comunidade no fim da manhã dessa terça-feira (18). Um vídeo publicado pelo agitador cultural Kdu dos Anjos, que desenvolve projetos na região, mostra o momento em que um policial na porta da aeronave aponta a arma para ruas de um espaço conhecido como "matinha", no bairro Vila Cafezal. 

Na publicação por ele feita, o artista denuncia que os disparos poderiam atingir moradores que por ali transitavam àquela hora do dia. "Não vamos permitir que isso aconteça. A presença da polícia no morro é constante, não permitiremos mais violência do estado aqui no morro", manifesta. 

Assim como na legenda do vídeo, houve também denúncia por parte de pessoas que vivem no aglomerado na caixa de comentários da postagem. Um dos moradores comentou sobre o trauma vivido diariamente pelas famílias a partir da relação mantida com a Polícia Militar. "O helicóptero da PM parece que vai entrar na nossa casa. É traumatizante colocar a cabeça para fora da janela e ver uma arma enorme na mão de um homem em cima de um helicóptero apontada para você", comenta. 

Outro lado

À reportagem, a corporação comunicou que, sim, o militar à bordo do helicóptero atirou nas ruas. No entanto, o alvo dos disparos seriam dois suspeitos, ambos com 21 anos, de terem cometido assaltos em sequência na rua Ceará, região Centro-Sul de Belo Horizonte, alguns minutos antes do início da operação.

No registro policial está descrito que durante a perseguição à dupla, um deles apontou uma pistola em direção à aeronave e, para se defender, o agente teria atirado contra os supostos assaltantes. "Diante do risco eminente, no intuito de evitar mal maior e resguardar a vida da tripulação foram realizados quatro disparos", como é exposto no boletim. 

Segundo a Polícia Militar, em nota enviada à reportagem, afirmou que "no caso em questão em retaliação a uma injusta agressão houve a necessidade de intervenção e os militares são treinados para tal atuação" (leia abaixo a nota na íntegra). 

Ocorrência original

Uma moto roubada à rua Ceará e um celular levado uns metros à frente do ponto onde aconteceu o primeiro assalto foi o que levou a Polícia Militar a pedir reforço para tentar encontrar os dois suspeitos de terem cometido os crimes. 

Durante fuga em direção ao Aglomerado da Serra, a dupla percebeu que era seguida de perto pelo helicóptero Pegasus e àquela altura abandonou a moto e decidiram escapar a pé. Segundo os militares, nesse momento um dos suspeitos apontou a pistola usada nos assaltos na direção da aeronave e, por isso, os agentes teriam revidado. 

Prisão

Cercados, os suspeitos receberam ordem de parada, mas tentaram continuar a fuga. Um deles se escondeu em um matagal e foi encontrado logo em seguida.

Com ele estava a pistola que, em realidade, é apenas uma réplica. Um dos disparos feitos pela PM atingiu de raspão a coxa dele e, por isso, precisou ser socorrido na UPA Leste. 

Linchado por traficantes 

O outro suspeito permaneceu desaparecido até que uma denúncia anônima levou a Polícia Militar até ele. Segundo telefonema, o jovem de 21 anos que teria participado do assalto fora espancado por traficantes do Aglomerado. Eles estariam insatisfeitos com a atitude do homem de levar os militares até a comunidade e, assim, oferecer riscos à atividade. 

No ponto indicado pelo denunciante, agentes encontraram o suspeito caído, com muitas escoriações e ferimentos pelo corpo. Inicialmente atendido na UPA Leste, o jovem foi transferido para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) João XXIII, onde está internado sob escolta policial.  

Nota da Polícia Militar na íntegra:

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que os helicópteros da corporação atuam em conjunto com as unidades policiais para apoiar a tropa que está em terra. No caso em questão, em retaliação a uma injusta agressão houve a necessidade de intervenção e os militares são treinados para tal atuação. A PMMG esclarece ainda que é uma das instituições militares do país que mais trabalha com redução de danos e que não há, rotineiramente, dano colateral à sociedade durante as ações policiais.

 

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