São Joaquim de Bicas

'Ele veio aqui para morrer', diz suspeito de matar empresário carbonizado

Segundo a polícia, trio pretendia roubar carro e dinheiro da vítima; já segundo os suspeitos, crime foi vingança motivada por um estupro

Por Raquel Penaforte
Publicado em 13 de agosto de 2019 | 12:39
 
 
 
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"Ele veio aqui para morrer", afirmou um dos suspeitos da morte do empresário Tibério Augusto Neto, de 65 anos. Ele desapareceu no dia 29 de julho e, no dia seguinte, o corpo foi encontrado carbonizado em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A Polícia Civil prendeu um casal de irmãos, de 22 e 27 anos, e o namorado da jovem de 22 anos, que tem 39. 

De acordo com os suspeitos, Tibério teria ido ao assentamento Pátria Livre, em São Joaquim de Bicas, atrás da jovem de 22 anos, com quem, segundo a polícia, o empresário mantinha relacionamento extraconjugal. Porém, segundo o trio, ele teria se irritado ao vê-la com o atual namorado. "Ele começou a me agredir, e eu dei várias pauladas na cabeça dele", contou o suspeito.

Segundo a polícia, após a agressão ao empresário, o irmão da jovem o teria atacado com várias facadas na região do tórax. O corpo foi amarrado a um cobertor, levado para uma região do assentamento e incendiado. Uma quarta pessoa é suspeita de ter participado dessa parte do crime.

Motivações

A polícia acredita que os suspeitos tenham atraído o empresário para o assentamento para roubar uma quantia em dinheiro, além do veículo que ele usava no dia do crime. 

"Algumas testemunhas afirmaram que ele suplicou pela própria vida, dizendo que tinha família", disse o delegado responsável pelo caso Rafael Lopes de Azevedo.

Já os suspeitos afirmam que a motivação do crime teria sido por causa de um estupro que Tibério teria cometido contra a mulher de 22 anos. "Eu tive relações sexuais com ele desde os 13 anos, mas ele queria fazer sexo anal. Um dia eu estava dopada de remédios, e ele fez a força", revelou a jovem.

"Não me arrependo do que eu fiz. Ninguém faz isso com a minha família", afirmou o irmão da jovem.

Com os suspeitos, a polícia encontrou drogas e o veículo que era de Tibério com a placa alterada. O dinheiro roubado não foi localizado.

Difícil acesso

Moradores do acampamento Pátria Livre resistiram a entrada da imprensa até o local do crime.

O carro da equipe de O TEMPO e outros veículos de imprensa não tiveram autorização para passar pelas portarias de acesso ao local onde famílias de trabalhadores rurais estão assentados. 

A Polícia Civil precisou intervir. Os agentes também fizeram escolta das equipes durante toda permanência no local.

Tibério morava em BH e era presidente do Novos Horizontes, clube de futebol de base em Betim, que participa da campeonatos, como o Mineiro sub-15 e sub-17.

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