Gripe

Em BH, 23% já se vacinaram  

Nos primeiros cinco dias de campanha, gestantes e crianças foram os que menos se imunizaram

Por Luiza Muzzi
Publicado em 01 de maio de 2016 | 03:00
 
 
 
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Apenas nos primeiros cinco dias de vacinação contra os vírus causadores da gripe, incluindo o H1N1, cerca de 155 mil pessoas já se vacinaram em Belo Horizonte. O número corresponde a 23% do público alvo da campanha (669 mil), que teve início da última segunda-feira. Em Minas, o percentual de pessoas já imunizadas gira em torno de 10% do público total esperado, ou seja, 500 mil dentre os cinco milhões pertencentes aos chamados grupos de risco. A campanha segue até o dia 20 de maio.

Ontem, no Dia D de mobilização nacional contra a gripe, postos de saúde da capital e da região metropolitana tiveram grande movimento em busca da imunização. Na Unidade Básica de Saúde Amazonas, em Contagem, a procura foi grande e a fila, com cerca de 150 pessoas, contornava o quarteirão.

Na avaliação do secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, a primeira semana foi bastante produtiva. Entre segunda e sexta-feira, foram vacinados cerca de 20% a mais de pessoas em relação ao normalmente registrado na primeira semana de vacinação nos anos anteriores.

“Nós atribuímos isso a um clamor maior que existe agora. Em vários Estados, algumas clínicas (particulares) disponibilizaram a vacina e houve uma verdadeira corrida. A população está bem sensibilizada para a questão e temos que aproveitar esse momento para manter as altas coberturas”, disse o secretário.

Procura. Apesar dos bons resultados, a prefeitura verificou que, até anteontem, houve, entre os grupos de risco, baixa procura de gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos incompletos. Ao longo da semana, quem mais procurou os postos para se vacinar foram idosos, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) e portadores de doenças crônicas, como asma e bronquite. “Mas ainda estamos no início da campanha e, com certeza, a partir dessa mobilização nacional de hoje (ontem), quando já existe uma tendência de os pais levarem as crianças para vacinar, esperamos que essa menor proporção de crianças seja revertida”, explicou Pimenta.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a antecipação da vacina foi feita porque o Estado já possui uma circulação relevante do vírus H1N1, e é preciso interromper a propagação do vírus o quanto antes. Apesar disso, a secretária adjunta Alzira de Oliveira Jorge ressaltou que a situação está sob controle e dentro do padrão de circulação do vírus. “O Estado adiantou a vacinação e estamos com todas as condições de acompanhar e monitorar os casos e os tratamentos necessários”, disse. 

Saiba mais

Casos. Até o último dia 28, foram notificados 972 casos de síndrome respiratória aguda grave em Minas, sendo 87 causados por Influeza. Ao todo, foram 23 óbitos no Estado, sendo 14 por H1N1. Cidades com os maiores números de casos receberam maior volume de doses das vacinas.

Prevenção. Além da vacina, algumas medidas comportamentais como lavar sempre as mãos, cobrir com o antebraço a região da boca e do nariz quando espirrar ou tossir e a manter os ambientes ventilados são fundamentais para o controle das síndromes.

Público. A vacina imuniza contra os vírus H1N1, H3N2 e influenza B. Devem receber a dose crianças com idade entre 6 meses e menores de 5 anos, gestantes, idosos, mulheres com até 45 dias após o parto, pessoas com doenças crônicas e profissionais de saúde. Povos indígenas, pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional também serão imunizados. Acamados podem agendar a vacinação.

Capital. Os postos de Saúde de Belo Horizonte farão a vacinação de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Brasil. A meta do Ministério da Saúde é vacinar ao menos 80% dos 49,8 milhões de brasileiros. Até a noite de ontem não havia balanço nacional sobre o Dia D.

 

Pacientes lotam as unidades de saúde

Ontem, desde o início da manhã, a procura pela vacina contra a gripe foi intensa nos postos de saúde. Preocupados com o H1N1, muitos quiseram garantir logo sua imunização.

“Quanto antes a gente se prevenir, melhor”, disse o consultor Thiago Álvaro, 36, que levou os filhos André, 5, e Laura, 3, para vacinar no Centro de Saúde Cachoeirinha, na região Nordeste da capital.
“A gripe está perigosa e temos que prevenir”, lembrou a cozinheira Rosina Martins, 52. “Estou velha mas não quero morrer agora”, brincou Zulmara Alves, 86, que também se vacinou.

Na Unidade Básica de Saúde Amazonas, em Contagem, nem a espera de cerca de uma hora desanimava as pessoas. Algumas tinham receio que, se voltassem depois, não conseguiriam a vacina. Apesar da preocupação, a secretária adjunta estadual de saúde, Alzira de Oliveira Jorge, garantiu o atendimento. “Até o dia 20, a população vulnerável será vacinada”. 

 

 

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