Taxistas de diversas cidades do país se mobilizaram na manhã desta sexta-feira (24) em protesto contra o aplicativo de caronas pagas, Uber.
No Rio de Janeiro, onde houve a maior concentração, os motoristas de táxi partiram em comboio de diversos pontos da cidade e estacionaram em fileira no Aterro do Flamengo, na Zona Sul da capital fluminense. O ponto é o principal acesso entre a zona sul da cidade e o centro, e de acordo com o Conselho Regional de Taxistas do Rio de Janeiro, participaram cerca de 3.200 carros.
Em Belo Horizonte também houve protestos. Os motoristas se reuniram no bairro Ipiranga, região Nordeste da capital e não houve grande impacto no trânsito. Também houve mobilizações em São Paulo e Curitiba.
A prefeitura do Rio de Janeiro fechou o Aterro ainda na madrugada desta sexta para tentar concentrar os carros num só local e assim diminuir o impacto do protesto. Ainda assim, por volta das 10h, alguns táxis estavam parados na avenida Atlântica, em Copacabana. Com a proximidade do aeroporto Santos Dumont, a Infraero chegou a orientar os passageiros que deixassem o terminal usando o transporte público.
O secretário municipal de transportes do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, esteve na manifestação dos taxistas. Ele se solidarizou com a classe e prometeu abrir uma investigação contra o Uber e reduzir a burocracia e os impostos aos taxistas. Disse ainda que a secretaria tem feito operações em eventos onde há grande concentração de táxis da Uber, como em festas e festivais.
A assessoria de imprensa da Uber informou por meio de nota que eles defendem “que os usuários têm o direito de escolher o modo que desejam se movimentar pela cidade”. Ainda segundo eles, em cidades como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a inovação é crucial para que a cidade fique cada vez mais conectada, transparente e inteligente.
Minas tem protesto simbólico
Em Belo Horizonte, o protesto foi simbólico: o uso de uma fita preta no retrovisor esquerdo dos carros. A intenção foi a de declarar luto à “omissão do poder público no combate aos aplicativos ilegais e ao transporte clandestino” na região metropolitana.
“As fitas permanecerão nos carros por tempo indeterminado. Até uma próxima ação ou uma decisão quanto as nossas reivindicações. O transporte de passageiros de até sete lugares é exclusivo do táxi, segundo lei federal. Com isso o Uber é ilegal, mas está usando do poder econômico em campanhas de marketing para estabelecer esse aplicativo com a população, enquanto nós temos apenas o poder público", explica o presidente Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir), Ricardo Faedda.
O promotor Geraldo Ferreira, da promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), continua analisando um inquérito em que investiga o Uber e também as confusões envolvendo os motoristas do aplicativo e taxistas. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, não há um prazo para a conclusão do inquérito. (Com agências)