A empresa Medplus suspendeu o contrato do médico de 37 anos acusado de importunar sexualmente um paciente na UPA São Benedito, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (12 de abril). De acordo com a contratante, a denúncia contra o profissional foi recebida com “surpresa e repúdio”.
A empresa afirmou que, quando o médico se cadastrou para iniciar os atendimentos, em outubro do ano passado, não havia restrição ao seu nome “ou à sua conduta junto aos Conselhos de Classe”. Foi neste mesmo mês, no entanto, que o profissional foi preso suspeito de crime sexual contra outros cinco pacientes em diferentes cidades do Centro-Oeste mineiro.
Ele ficou preso por dois meses, de 31 de outubro até 30 de dezembro do ano passado, quando teve a prisão revogada pela Justiça. Dessa forma, o médico só começou a trabalhar pela empresa em janeiro deste ano.
Trinta e um dias depois, o profissional voltou a ser foragido, segundo informou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). No final de janeiro, foi aberto um novo mandado de prisão por prática de importunação sexual mediante fraude.
“Ao tomar conhecimento da denúncia, o contrato do profissional foi imediatamente suspenso. A empresa repudia atos como estes e reitera o compromisso com a ética e profissionalismo nos serviços que os médicos prestam”, afirmou a Medplus.
A Prefeitura de Santa Luzia, na Grande BH, havia questionado a empresa parceira após a última denúncia de abuso, na sexta-feira (12 de abril). O Executivo pediu explicações sobre critérios de seleção e fiscalização de condutas dos contratados.
“Todas as medidas administrativas e judiciais estão e continuarão sendo tomadas em relação à referida empresa contratada e ao possível autor do ato, visando, assim, que episódios desta natureza não se repitam”, afirmou.
O caso ocorreu na sexta-feira (12 de abril). O paciente, um jovem de 22 anos, relatou à Polícia Militar que chegou na UPA São Benedito por volta de 13h com muitas dores nas pernas. Ele foi atendido só por volta de 16h. Inicialmente, o médico o atendeu com porta fechada e apalpou pernas, abdômen e virilha do homem, fazendo perguntas sobre algumas dores.
O profissional pediu para o jovem abaixar a calça, tocou o órgão genital dele e falou para irem até outra sala, onde passaria uma pomada. Já no outro ambiente, o médico segurou o órgão genital do paciente e iniciou movimentos de masturbação. O jovem, então, questionou o procedimento, e o médico só respondeu que aquilo era um “método normal usado por ele”.
Uma faxineira, que desconfiou da demora do atendimento, olhou por baixo da porta e flagrou o ato de importunação do médico. Após ser confrontado, o doutor deixou a sala e disse que voltaria, mas fugiu da unidade de saúde.
Pena: de um a 5 anos de reclusão, com possível aumento dependendo da gravidade do caso. “Importante lembrar que caso o suspeito seja preso em flagrante por importunação sexual, não cabe fiança na sede da delegacia. O suspeito será encaminhado para o sistema prisional até a audiência de custódia, quando o juiz determinará se ele ficará preso”, explica Tassara.