Este sábado (4 de novembro) pode entrar para a história como o dia em que Belo Horizonte passou a ter a melhor escola do mundo. É que no dia será anunciada a grande vencedora da categoria "Colaboração com a Comunidade" do World's Best School (Melhores Escolas do Mundo em tradução literal), que tem como uma das três finalistas a Escola Municipal Professor Edson Pisani, localizada no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital mineira.

Para acompanhar a cerimônia, a escola, que atende 582 alunos com idades de 6 a 69 anos, organizaram um evento para receber pais e estudantes. Além disso, o anúncio também terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Promovid pela organização global T4 Education, o prêmio é de US$ 50 mil para a grande vencedora.

Flor Estevam, professora que foi responsável por inscrever a instituição municipal de ensino na premiação internacional, conta que a categoria em que eles concorrem deve ser uma das primeiras a ser revelada. "Tirando a ansiedade, está tudo certo para amanhã", brincou ao ser questionada sobre os preparativos para o sábado.

Conheça a escola em vídeo de O TEMPO:

O projeto inscrito no concurso é o "+Favela -Lixo", que tem o objetivo de promover a conscientização da população e buscar soluções práticas para o problema do descarte irregular de lixo nos becos e ruas do aglomerado. Em todas as categorias da premiação participaram instituições de 108 países e, na grande final, a escola de BH compete com iniciativas da África do Sul e dos Estados Unidos.

Foto mostra as placas com ganchos que estão sendo espalhados pelo aglomerado para evitar que lixos sejam deixados na rua

Se escola vencer, prêmio será voltado para projeto

Ainda segundo Flor Estevam, caso a escola leve o título, o plano é investir os cerca de R$ 250 mil no próprio projeto. "Estávamos procurando formas de financiar o projeto, já que isso tudo gera um custo. A gente começou a pensar em editais, como buscar financiamento e parcerias até com empresas e, quando surgiu o 'Melhores Escolas', vimos que, além de ter tudo a ver com o nosso projeto, a destinação do valor que podemos ganhar será, justamente, para pensarmos em ações com entulho, lixo doméstico, trabalho com a compostagem e horta que trabalhamos aqui na escola", disse, orgulhosa, a professora.

A profissional destaca a importância das escolas trabalharem junto à comunidade. "Este é apenas um dos trabalhos que a escola faz, como muitas instituições de BH e do Brasil todo fazem isso, de extrapolar os muros e trabalhar junto da comunidade. Melhorar a comunidade é melhorar também a escola", finalizou Flor.

Enzo Gabriel, de 8 anos, é um dos alunos que participam do projeto. Segundo ele, apesar de ainda existir bastante lixo na rua, no caminho de casa para a escola, a situação já melhorou. "Os ganchos ajudam para o cachorro não rasgar e espalhar tudo. Ainda vejo lixo, mas já diminuiu muito", garante o garoto. A principal lição do projeto também já foi aprendida por Logan Daniel, também de 8 anos. "Aprendi a jogar lixo no lixo. Antes eu não fazia isso", destacou.