SOLIDARIEDADE

Família de sargento baleado em BH pede rede de oração: ‘vivendo pelo milagre'

Sargento está em estado “gravíssimo no Hospital João XXIII

Por Lucas Maia e Isabela Abalen
Publicado em 07 de janeiro de 2024 | 11:16
 
 
 

A esposa do sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, que foi baleado na cabeça, à queima-roupa, durante uma perseguição policial no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte da capital, na noite de sexta-feira (5 de janeiro), pede que aqueles que se compadecem com o caso de seu marido se juntem a uma corrente de orações. A mulher, que preferiu não ser identificada, disse à reportagem de O TEMPO que o policial está “vivendo pelo milagre do Senhor”. 

“Ele está vivo, respirando, lutando! Peço a todos que creem no nosso Deus de amor, Deus misericordioso, que façam essa corrente de oração que interceda pela vida dele”, conta ela, que é mãe da bebê recém-nascida, filha do casal. O militar, em estado “irreversível”, segundo afirmou a porta-voz da Polícia Militar (PM), major Layla Brunnela, está seguindo os protocolos médicos para suspeita de morte cerebral

“Roger é uma pessoa maravilhosa, do bem, tem uma família linda que o ama mais que tudo. Não merece, jamais, perder a vida na mão desses que nada tem a perder. Orem por nós, incessantemente!”, lamentou e pediu a esposa. Duas psicólogas da Polícia Militar estão acompanhando a mulher e a filha do sargento Dias. Além disso, parte da equipe policial também pediu ajuda psicológica após o colega ser baleado.  

Suspeitos vão permanecer presos 

A Justiça decidiu por manter presos os dois homens suspeitos de envolvimento na perseguição que terminou com o sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, foi baleado duas vezes na cabeça. O atirador de 25 anos e um comparsa dele, de 33, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva em audiência de custódia neste domingo (7 de janeiro). 

A juíza Juliana Miranda Pagano considerou que as circunstâncias do crime são “gravíssimas”, argumentando que, além do sargento baleado, outros policiais teriam sido alvos da dupla, que atirou contra a viatura policial. "Foi necessária uma mobilização policial complexa e longa para captura dos autuados, os quais agiram em evidente violência real e direta contra os policiais militares", diz o documento. 

A magistrada usou do passado criminal de ambos os suspeitos para provar que há risco caso eles não fiquem em detenção, sendo que o atirador ainda está em cumprimento de pena. "Tudo isso corrobora para a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva para a garantia da ordem pública", decidiu. 

Suspeitos têm várias passagens por crimes

No sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), O TEMPO encontrou algumas condenações do suspeito. No dia 18 de julho de 2023, ele foi preso após furtar, usando uma chave micha, o carro de uma pessoa que trabalhava no bairro Monsenhor Messias, na região Noroeste de BH. Após o dono do veículo flagrar o crime de dentro da empresa, o suspeito foi seguido e acabou detido.

Na decisão que converteu em preventiva a prisão do rapaz, a juíza Juliana Beretta Kirche destacou a reincidência do suspeito, que já tinha sido condenado anteriormente por "roubo simples, roubo majorado, corrupção de menores e identidade falsa".

Também foi possível encontrar outra condenação do suspeito que atirou no policial, desta vez por roubo a mão armada. O crime ocorreu no dia 07 de setembro de 2017, em plena luz do dia, às 13h, na avenida Antônio Carlos, no bairro Cachoeirinha, também na região Noroeste de BH.

Comparsa já foi preso por tentar matar policiais

Ainda conforme o sistema do TJMG, o segundo suspeito preso pela PM após o policial ser baleado, um homem de 33 anos, também possui diversas passagens pela polícia. Em uma das últimas, ele foi preso no dia 2 de março de 2023 por tentativa de homicídio, também contra policiais, quando o carro em que estava com outros dois jovens fugiu da PM e houve uma troca de tiros. Na ocasião, com o trio foram apreendidos uma pistola calibre 380 e toucas-ninja.

Na decisão, a justiça também ponderou que o suspeito já tinha três condenações, todas pelos crimes de roubo. No dia da prisão, ele estava em liberdade condicional, mas ainda cumprindo pena por um dos crimes passados. Ele também possui passagens por receptação e tráfico de drogas.

O caso

O militar foi atingido por disparos à queima-roupa na noite dessa sexta-feira (5), quando guarnições do 13º Batalhão perseguiam dois suspeitos na Avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Após o acidente, os suspeitos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.

Um deles foi alcançado por um sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do suspeito e da ordem de parada, mas é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial. 

O militar foi socorrido por colegas para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, mas dada a complexidade do caso, foi encaminhado ao João XXIII. O militar tem 29 anos e atua na Polícia Militar há cerca de 10 anos. Ele é pai de uma criança recém nascida.

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