A mãe agonizando no meio da rua, com a cabeça sangrando, rosto severamente machucado e braço quebrado. Essa é a última lembrança que o polidor de autos Marconi Alan Lopes de Jesus, de 31 anos, terá da dona de casa Maria Aparecida Lopes, de 49 anos. A mulher teria sido morta a pauladas, na noite do último sábado (1), no Aglomerado da Serra, na região Centro -Sul de Belo Horizonte. O suspeito é um vizinho da família.
Indignados com o ocorrido, moradores da região lincharam o homem, que está internado em estado grave no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Os cinco filhos da mulher – 31,25,21, 17 e 9 anos, clamam por justiça.
De acordo com o filho mais velho da mulher, vítima e suspeito não possuíam nenhum tipo de envolvimento pessoal. No entanto, o homem que é usuário de drogas, já havia perseguido a mulher em busca de um relacionamento sexual. Por isso, a família acredita que o homem teria arquitetado uma emboscada frustrada para poder abusar sexualmente da mulher, chamando-a para beber na casa dele. A mulher, que é alcoólatra, teria ido. No local, ela teria se recusado em manter relações sexuais com homem e foi cruelmente agredida.
O corpo da dona de casa, foi sepultado no início da tarde desta segunda-feira (3), no cemitério da Paz, no bairro Santo André, na região Noroeste de Belo Horizonte.
“Ele acabou com uma família. Ninguém acredita que uma mulher tão boa pudesse ter um fim tão trágico e triste. Ninguém vai apagar essa cicatriz do meu peito. Eu quero que ele apodreça na cadeia. Foi uma injustiça o que ele fez com a minha mãe,” desabafou o filho mais velho da vítima, Marconi.
Filho da vítima relembra os detalhes da morte da mãe
Ainda de acordo com Marconi, as agressões foram cometidas dentro da casa do homem, de 52 anos, que não teve a identidade revelada. Após cometer a barbárie, o homem teria jogado a dona de casa, que estava desmaiada, no meio da rua. Vizinhos do homem teriam visto ele abandonar a mulher na rua.
Ao verem a mulher gravemente ferida moradores da região chamaram os filhos da vítima e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela foi socorrida para o Hospital João XXIII, mas não resistiu, e morreu com traumatismo craniano.
Justiça com as próprias mãos. Transtornados com a atitude do homem, moradores da região resolveram fazer justiça com as próprias mãos, e o lincharam. De acordo com a polícia, o suspeito está hospitalizado em estado grave no Hospital João XXIII.
Motivação. Segundo o filho da vítima, o suspeito teria arquitetado um plano para conseguir ter relações sexuais com a mulher, mas a armação teria saído do controle.
“Ela sempre falava que nas noitadas muitos homens queriam ficar com ela, inclusive ele, só que ela só gostava de curtir. Minha mãe gostava de beber e tinha problemas com bebida, como ela era uma pessoa generosa e gostava de festa, foi até a casa dele sem maldade. Creio que ele tentou ter relações sexuais e ela não quis. Ela reagiu negativamente a investida e ele acabou fazendo o que fez,” disse Marconi.
“Homem perseguia a mulher”, diz irmã da vítima
A irmã da vítima, a auxiliar de serviços gerais Cleuseni de Oliveira, de 55 anos, contou que o homem é conhecido na região por ser agressivo e gostar de agredir mulheres. Cleuseni ainda contou que a irmã teria reclamado que o suspeito teria tentado agarrá-la a força uma vez.
“Eu já a levei a minha irmã para minha casa, porque ele ficava perseguindo e querendo ficar com ela. Ele viu a oportunidade que ela estava sozinha e, com certeza, tentou algo com ela e não suportou receber um não,” contou a auxiliar de serviços gerais.
Prisão
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem está internado em estado grave.No hospital, o homem é escoltado por policiais. Ele deve ser apresentado na delegacia assim que tiver alta médica. O caso será investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil Regional Sul.
Sepultamento
Com muita comoção, o corpo da dona de casa, foi sepultado no início da tarde desta segunda-feira (3), no cemitério da Paz. No local, amigos e familiares puderam se despedir da mulher que era querida por todos.
“Mesmo minha mãe tendo problemas com bebidas, ela era uma pessoa boa. Ela era querida por todos da vizinhança. Não vamos nos cansar de pedir justiça. Infelizmente eu não estava em casa para ajudar a minha mãe a se salvar, estava trabalhando para garantir o sustento da família,” desabafou Marconi.