Assédio

Funcionário de obra no Cidade Nova assedia, ameaça e filma mulher

Suspeito é funcionário de uma obra de um prédio residencial; até o momento, o homem não foi identificado; ele estava em cima de um telhado de um imóvel vizinho com o celular na mão

Por Fernanda Viegas
Publicado em 26 de outubro de 2016 | 11:54
 
 
 
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Uma publicitária de 27 anos tomou um susto ao se deparar com um homem que a filmava, através da janela de seu quarto, logo que acordou, na manhã desta quarta-feira (26). O caso aconteceu no bairro Cidade Nova, na região Nordeste de Belo Horizonte.

"Tem um prédio sendo construído exatamente atrás do meu e eles (funcionários) ficam muito próximos das janelas das nossas casas, porque a rua é um nível acima, onde eles estão. Hoje eu acordei com um deles me filmando com o celular, enquanto eu dormia. Eu dormi com a janela aberta, porque estava muito calor", afirmou.

A vítima mora no mesmo endereço há oito meses e, desde então, convive com a "perturbação" dos comentários obscenos e gritos. Contudo, na última semana, notou falas direcionadas a ela e olhares para dentro de sua casa. "Estou sendo assediada dentro da minha casa, eu e a minha mãe. E com esse calor absurdo, nós temos que ficar com as janelas fechadas. Eu estou com medo, eles têm acesso às janelas da minha casa", reclamou.

Segundo a mulher, algumas tentativas de diálogo foram feitas para tentar resolver o problema, mas sem sucesso.

O assédio às mulheres que circulam pela rua Paulo Nunes Vieira - onde está sendo construído um prédio residencial de sete andares - vai das 7h às 16h, todos os dias, conforme a denunciante, que irá recorrer à Justiça. "Eu já tenho uma advogada me assessorando e já liguei para a Polícia Militar e Delegacia da Mulher".

Próximo à obra, há grande movimentação de pessoas, devido à presença de um cursinho pré-vestibular e de um importante centro de compras da região.

Assédio sexual

"Eu vou entrar aí e vou agarrar essas pernas". Essa foi uma das frases já ouvidas pela publicitária, observada através de uma das janelas de sua casa. Ao tentar reclamar da atitude dos funcionários da obra, no local da construção, muitos viraram o rosto, alegando não poder falar com ela.

Procurado pela reportagem de O TEMPO na parte da manhã, o engenheiro da obra, que não quis ser identificado, retornou o contato no início da tarde. Por telefone, ele afirmou que teve conhecimento do caso ainda nesta quarta e que já tomou "todas as providências".  Para o coordenador, a situação poderia ser evitada se a vítima tivesse fechado a janela. "Ela podia ter fechado a janela. Se a janela está aberta, eu não sei juridicamente o que é direito ou não, mas teria evitado", afirmou.

A Polícia Militar (PM) foi informada do caso e esteve na construção na manhã dessa quarta-feira (26). O encarregado da obra ficou de descobrir quem filmou a mulher e tomar providências.

"Eu consigo identificar as roupas que ele estava usando, a altura, mas o rosto dele, eu não posso falar com precisão. Logo que percebeu que eu acordei, ele correu para a obra", afirmou.

A Polícia Civil irá investigar o fato. 

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