Salário Atrasado

Funcionários do Instituto Mario Penna entram em greve

Os hospitais Mario Penna, Luxemburgo e a Casa de Apoio estão atendendo a população em escala mínima; o pronto-atendimento e as cirurgias eletivas estão suspensas nas unidades

Por José Vítor Camilo
Publicado em 16 de janeiro de 2018 | 11:25
 
 
 
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Quem passou próximo ao Hospital Luxemburgo na manhã desta terça-feira (16) se deparou com uma manifestação dos trabalhadores do Instituto Mario Penna, entidade filantrópica que administra a unidade, o Hospital Mario Penna e a Casa de Apoio. A categoria decidiu entrar em greve na última sexta-feira (12), após assembleia, deflagrando o movimento desde segunda-feira (15). 

Segundo informações do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de BH e Região (Sindeess), até esta terça a Associação Mario Penna não pagou os salários dos trabalhadores referentes ao mês de dezembro de 2017, que deveriam ter sido pagos até o 5º dia último deste mês. 

"O atraso no pagamento de salários é ilegal. Os empregados da Associação sempre trabalharam com afinco e dedicação, e que suas obrigações financeiras não podem ser postergadas, incidindo altas taxas de juros e correção monetárias, caso não sejam quitadas até o respectivo vencimento. É notório que o período do ano possui despesas extraordinárias, como impostos, taxas, dentre outros. Esta situação provocada pelo atraso no pagamento dos salários traz óbvios reflexos negativos não só para os empregados, como também para a população atendida pelo Hospital", diz texto divulgado pelo sindicato.

Os serviços estão paralisados, respeitando a escala mínima. 

 

Outro lado

Procurado por O TEMPO, o Instituto Mário Penna informou que, em decorrência da possibilidade de greve em setores hospitalares, "medidas de contingência foram tomadas, visando ao bem-estar e segurança dos pacientes". 

"O Plano de Contingência prevê o funcionamento em escala mínima do atendimento das unidades do Hospital Mário Penna e Luxemburgo, e da Casa de Apoio. Essa medida visa, principalmente, ao atendimento e à segurança dos pacientes que se encontram internados nas dependências da Instituição", completa. 

Ainda conforme o instituto, o plano prevê que, enquanto durar a greve, os atendimento do Pronto-Atendimento do SUS, do Pronto-Atendimento do Convênio, internações externas e cirurgias eletivas estão suspensas temporariamente. 

"O Instituto Mário Penna reforça, ainda, que nos últimos anos, as entidades filantrópicas do setor de saúde do Brasil têm vivido uma das suas maiores crises. Como parte desse setor, o Instituto tem passado por dificuldades financeiras e tem se empenhado, de forma intensa e contínua, para manter todas as suas unidades hospitalares funcionando. A dificuldade em honrar com seus compromissos é em virtude dos constantes atrasos em pagamentos devidos à Associação Mário Penna pelas instituições governamentais - federal e estadual – mas providências já estão sendo tomadas, visando à total regularização dos atendimentos e abastecimentos indispensáveis ao normal funcionamento das unidades hospitalares", disse a nota. 

Por fim, o hospital reafirmou que responde por 20% de todo o atendimento oncológico de Minas e 70% da região metropolitana da capital. Por isso, a entidade "preza pelo bom atendimento, seriedade e compromisso para com seus colaboradores e pacientes, que fazem dele referência no tratamento do câncer", finaliza. 

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