Escândalo

Fura-filas: ALMG diz que SES usou critérios distintos na vacinação de servidores

Investigação preliminar aponta que a pasta adotou uma orientação para imunização em BH e outra para as cidades do interior

Por Da Redação
Publicado em 24 de março de 2021 | 16:15
 
 
 
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis irregularidades na vacinação de servidores da Secretaria Estadual de Saúde de Minas (SES) informou que encontrou indícios de que a pasta adotou diferentes critérios para aplicar as doses. Os deputados que investigam o "escândalo dos fura-filas" constaram, conforme a Assembleia Legislativa (ALMG), que uma orientação foi passada para imunizar os trabalhadores de Belo Horizonte, e outra para os que prestam serviço no interior do Estado.

Nesta quarta-feira (24), a CPI esteve na Central Estadual da Rede de Frios, onde todas as vacinas são armazenadas antes de serem distribuídas para os 853 municípios mineiros. Lá, a subsecretária de Vigilância em Saúde, Janaína Passos, explicou que a pasta definiu que, na capital mineira, 500 servidores receberiam as doses na Central de Frios e outros 250 na Superintendência Regional de Belo Horizonte.

No entanto, no interior, a orientação foi que as 27 superintendências entrassem em contato direto com as prefeituras para verificar a disponibilidade de vacinas para os trabalhadores da saúde. A diferença nos critérios, de acordo com Janaína, foi tomada em uma reunião com várias autoridades da SES, e levou em consideração o fato de BH, na época, não ter iniciado o cadastro dos profissionais de saúde. 

A CPI agora quer saber porque a SES não aguardou a posição da prefeitura de BH, assim como aconteceu no interior. No total, mais de 1.800 servidores foram vacinados, sendo que alguns estavam trabalhando de casa. Dentre os imunizados estavam o então chefe da pasta, Carlos Eduardo Amaral, e o adjunto Luiz Marcelo Cabral. Ambos foram dispensados dos cargos após o escândalo.

Procurada pela reportagem de O TEMPO, a SES declarou que segue diretrizes de vacinação determinadas pelo Ministério da Saúde, e afirmou colaborar com os trabalhos da CPI. Sobre protocolos, Estado disse que “não houve mudanças para a imunização deste público (servidores), uma vez que a vacinação extramuro é rotineira e em conformidade com o Plano Nacional de Imunização” – leia abaixo a nota na íntegra.

Vacinação correta

Diante dos parlamentares que compõem a CPI, Janaína Passos defendeu a vacinação dos servidores da SES. Ela garantiu que os nomes dos trabalhadores foram definidos de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Ministério da Saúde, e após levantamento para constar a necessidade máxima de imunização contra a Covid. 

De acordo com a subsecretária, a aplicação das doses foi necessária para garantir o funcionamento da pasta da saúde. Na quinta-feira (25), a CPI deve ouvir representantes do Ministério Público, da Ouvidoria-Geral do Estado e da Controladoria-Geral do Estado. Por enquanto, não há previsão de quando a investigação será concluída.

Leia, na íntegra, a nota da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG): 

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece que, quanto aos protocolos adotados para a imunização dos servidores contra a covid-19, não houve mudanças para a imunização deste público, uma vez que a vacinação extra muro, é rotineira e em conformidade com o Programa Nacional de Imunização.

Neste caso específico, foi feita na Rede de Frio em razão da possibilidade de melhor organização da execução da vacinação, evitando, inclusive, aglomerações. A SES-MG segue, estritamente, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, do Ministério da Saúde.

A SES-MG reforça que está colaborando com os trabalhos da CPI e à disposição para esclarecimento de quaisquer dúvidas.

Atualizada às 19h42. 

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