Covid-19

Governadores se reúnem com ministro da Saúde para cobrar maior oferta de vacinas

Governador do Piauí, Wellignton Dias (PT), pede que disputas partidárias não fiquem no caminho da imunização nacional

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 08 de dezembro de 2020 | 10:30
 
 
 
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Nesta terça-feira (8), dia em que o Reino Unido iniciou a vacinação em massa contra a Covid-19, governadores ou representantes do governo de todos os Estados brasileiros se reunirão com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para discutir o Plano Nacional de Imunizações (PNI). O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que agendou o encontro inicialmente, afirma que cobrará do ministério um plano concreto de vacinação e que a pasta disponibilize múltiplas opções de vacina contra a Covid-19. 

“Queremos salvar vidas, acima das disputas partidárias. Nesse sentido, se uma vacina é aprovada por uma agência reguladora, é segura, eficiente e evita Covid-19, é a boa vacina. Queremos múltiplas vacinas. Quanto mais laboratórios trabalhando na produção, mais cedo saímos da crise da Covid-19 e da crise econômica, de desemprego, dessa situação indefinida do Brasil. O que desejamos nessa reunião com o ministro Pazuello é uma proposta concreta, múltiplas vacinas no Plano Nacional de Imunizações e um plano estratégico para a que gente possa, rapidamente, quem sabe até abril, no máximo até julho, sair dessa crise”, disse, em vídeo compartilhado por sua equipe. Dias também é coordenador do tema Vacinas no Fórum dos Governadores.

Na chegada à reunião, nesta manhã, ele reforçou que, na sua perspectiva, o pior cenário seria o Brasil não ter um plano nacional e que é necessário concretizar um planejamento ainda em dezembro, com definição de quais e quantas vacinas serão aplicadas de janeiro a abril. "Se São Paulo começar a fazer a vacinação isoladamente, o Brasil inteiro vai correr para lá, vai ser uma situação gravíssima", continuou. Nessa segunda-feira (7), o governador de São Paulo, João Doria, que participará remotamente da reunião, anunciou que iniciará a vacinação no Estado com a chinesa CoronaVac no dia 25 de janeiro. A vacina, entretanto, ainda não tem aval da Anvisa para ser aplicada. 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também deve participar do encontro virtualmente. “Qualquer definição sobre a vacinação funcionará em consonância com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Governo Federal, e o Plano de Imunização contra a Covid-19, elaborado pela Secretaria de Saúde”, escreveu, em sua conta no Twitter, na noite dessa segunda-feira (7).

Na chegada para o encontro, o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), afirmou que fará uma visita nesta quarta-feira (9) ao Butantan, em São Paulo, onde a chinesa CoronaVac será produzida, e que tem intenção de comprar a vacina por conta própria para seu Estado, caso ela não seja disponibilizada pelo governo federal. “Nos países da Europa, começaram (a vacinação) agora, não tem justificativa para esperar até março. Não vou deixar a população do meu Estado, tendo condições de poder aderir a qualquer vacina que possa proteger, esperando um dia a mais ou a menos”, afirmou. A previsão inicial do Ministério da Saúde é iniciar a vacinação em março. A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), informou que também visitará o Butantan amanhã. 

Até agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovou nenhuma vacina no Brasil. Por ora, há previsão de produzir duas opções nacionalmente: a vacina da Universidade de Oxford com a empresa AstraZenca, que deve ser produzida por Bio-Manguinhos, e a chinesa CoronaVac, que deve ser produzida pelo Instituto Butantan. Em entrevista à CNN Brasil nesta semana, o secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, teria afirmado que a pasta avança na negociação de compra de 70 milhões de doses da vacina produzida pela Pfizer, que já é aplicada no Reino Unido. 

(Está matéria está em atualização)

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