A greve do metrô de Belo Horizonte chegou ao 15º dia nesta segunda-feira (4). E para ser encerrada, basta o governo federal chamar a categoria para dialogar. É o que afirma o secretário-geral do Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais), Daniel Carvalho. Uma nova assembleia acontecerá nesta quarta (6) para definir os rumos do movimento.
“Por enquanto, a greve está mantida. Na quarta, às 18h, em uma nova assembleia vamos discutir com a categoria, fazer balanço das mobilizações e definir pela continuidade ou não”, afirmou à reportagem.
O movimento iniciado em 21 de março tem como objetivo evitar a demissão de 1,6 mil servidores após a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e cobra um diálogo mais detalhado com o governo federal e a CBTU sobre o futuro do metrô na capital. O maior impasse, segundo Carvalho, está justamente na falta de diálogo.
“O governo prevalece inerte com nossas exigências, inclusive sentar e conversar conosco. O sentimento é de revolta ao ver o tamanho do descaso. É importante salientar que se o governo chamar para conversar, suspendemos a greve”, pontuou.
Os trens seguem circulando apenas das 10h às 17h. A razão das viagens não acontecerem nos horários de pico é explicada por Carvalho. “No movimento anterior, ficou muito cômodo para a CBTU e o governo, visto que o transporte atendia a demanda e ao não circular nos outros horários gerava economia. Nesta greve tentamos gerar impacto”.
De acordo com a CBTU, aproximadamente 70 mil usuários são prejudicados com a escala definida pelos metroviários. “A companhia transporta mais de 100 mil usuários em dias úteis”, informou em trecho do balanço.
Veja o número de usuários que utilizaram o metrô nos últimos dias:
- 28/03 - segunda - 30.622
- 29/03 - terça - 31.016
- 30/03 - quarta - 30.627
- 31/03 - quinta - 30.340
- 01/04 - sexta - 31.717
- 02/04 - sábado - 17.512
- 03/04 - domingo - 8.846
Posicionamentos
A reportagem procurou o Ministério da Economia, responsável por conduzir o processo de desestatização, indagada sobre a falta de diálogo questionada pelos metroviários, a pasta respondeu que “não irá se pronunciar”. A CBTU também não respondeu.