BH E REGIÃO

Grupo 'ostentava' com cartões de crédito feitos com documentos falsos, diz PCMG

Ao menos 30 vítimas foram identificadas em Ibirité

Por Bruno Daniel
Publicado em 22 de abril de 2024 | 13:07
 
 
 
normal

Uma organização criminosa é suspeita de falsificar documentos de identidade para fazer cartões de crédito em Ibirité, Belo Horizonte e região. Conforme a Polícia Civil, o grupo utilizava o fruto do crime para levar uma vida de luxo. Sete de dez membros do grupo já estão presos, e um está foragido. 

Iniciadas há dois anos, após denúncia de uma das vítimas, as investigações apontam que o grupo agia desde 2021. O inquérito diz que a quadrilha obtinha dados de pessoas por meio de bancos de dados de marketing — alguns deles ilícitos — e usavam as informações para fazer documentos de identidade falsos, no meio virtual. Em seguida, eles inseriam a própria foto nesse documento e o enviavam para um banco junto com uma selfie deles próprios, para solicitar um cartão de crédito. 

Conforme a Polícia Civil, os cartões eram utilizados em comércios diversos, inclusive em empresas de fachada dos próprios membros da organização. Já foram identificadas ao menos 30 vítimas só na cidade de Ibirité, além de outras dezenas de alvos dos criminosos em Belo Horizonte e região metropolitana.  

“As vítimas eram surpreendidas com ligações ou cartas de cobranças de débitos que elas não reconheciam. A maior parte das vítimas teve o nome negativado. Existem muitas que até o momento estão no prejuízo”, detalha o delegado Gabriel Martins, da 2ª delegacia de Polícia Civil de Ibirité. Conforme a PCMG, as vítimas não tinham um perfil específico. Já os suspeitos estão na faixa dos 30 anos de idade e eram ‘acima de qualquer suspeita’. 

A princípio, não foi identificada nenhuma colaboração dos bancos com os grupos, mas a Polícia Civil ainda vai investigar a possibilidade.  

Ostentação 

O inquérito policial também aponta que o grupo levava uma vida de luxo com o esquema criminoso. Foram apreendidos durante a operação três carros – dos modelos Byd Dolphin, Honda HRV e Fiat Idea – avaliados juntos em cerca de R$ 300 mil. Também foram recolhidos para análise celulares, notebooks e maquininhas de cartão de crédito. 

“Os líderes dessa organização em especial (um homem de 29 anos e a esposa de 33) em especial levavam uma vida de luxo. Moravam em um condomínio muito bom, em uma casa muito boa. Também faziam viagens caras, de diversos tipos, para diversas localidades do país”, afirma o delegado Gabriel Martins, que recomenda à população cuidado com dados pessoais. 

“A pessoa deve ter cuidado ao divulgar dados a terceiros e com links de WhatsApp. E quando tiver documento perdido ou extraviado, é preciso fazer o registro”, aconselha o delegado, que prossegue alertando a população para os cuidados necessários para evitar o golpe. 

“Em relação ao estelionato, a gente pede para que as pessoas desconfiem de qualquer promessa extremamente vantajosa. Sempre bom ter um pé atrás, verificar o tipo de empresa das quais estão recebendo contato. E caso sejam vítimas de golpe, procurar a delegacia para registro de ocorrência”, pede. 

Os membros do grupo serão indiciados por organização criminosa, falsificação de documento público e estelionato. Cada um pode receber pena de até 19 anos de prisão. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!