Gato por lebre

Homem é preso em BH após vender falso ecstasy feito com areia de gato

Areia era integrada a estimulante sexual para se passar por droga; ele também vendia bebidas falsificadas em grandes festas

Por Carolina Caetano
Publicado em 07 de outubro de 2019 | 17:06
 
 
 
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Com pouco dinheiro para comprar MDMA, princípio ativo do ecstasy, um técnico em elétrica, de 25 anos, resolveu "empreender" e passou a fazer um comprimido fake em um laboratório dentro de uma residência na Vila Castanheira, região do Barreiro, em Belo Horizonte.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (7), a Polícia Civil informou que, no lugar do MDMA, o jovem usava estimulante sexual, areia de gato, parafina, corantes e farinha de trigo. A droga era distribuída em grandes eventos das capital. 

"Nós recebemos a informação que há cerca de três meses, um indivíduo estaria colocando no mercado bebidas alcoólicas falsificadas e corrompidas. Diante dessa informação, nós chegamos até o investigado. No endereço, nós descobrimos que ele também fabricava drogas sintéticas, como ecstasy", explicou o delegado Rafael de Souza Horácio, do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio. 

Ainda conforme o delegado, quando começou no crime, o homem disse que tinha 50 gramas de MDMA e conseguiu fazer 250 comprimidos. O valor de cada comprimido variava de R$ 30 a R$ 100. No entanto, ao ficar "quebrado", ele iniciou as misturinhas em que o único "barato" alcançando pelos consumidores era graças ao estimulante sexual.

 Ainda conforme a instituição, com a nova droga, ele vendia mil comprimidos por R$ 2 mil. O suspeito afirmou que apreendeu a fazer a falsificação através de pesquisas no Google. 

No imóvel em que o homem foi preso também foram localizados 196 micropontos de LSD, que, segundo ele, foram comprados através do Facebook. 

Uma mulher e um bebê de 11 meses também estavam no imóvel, mas ela informou que estava no local há apenas alguns dias, e que não sabia o que acontecia no quarto em que ocorria a produção. O cômodo ficava fechado. 

Vodka? É mentira!

Segundo a polícia, o homem, preso na última quarta-feira (2), contou que tinha uma distribuidora, mas foi à falência. As bebidas originais, ele vendeu por aproximadamente R$ 25 cada. Ao começar a fazer as falsificadas, cada garrafa saía por R$ 16. "Na fabricação da bebida ele colocava álcool cereal, com açúcar e água e vendia em grandes festas e eventos. Nós ainda estamos investigando essas festas. Provavelmente, essas pessoas sabiam que estavam comprando bebidas falsificadas, principalmente pelo preço falso e original", detalhou Rafael. 

À polícia, o investigado disse que a intenção era pagar os credores que ele ficou devendo com o lucro que tinha cometendo os crimes. 

Péssima higiene

No local em que todo o material foi encontrado, os policiais encontraram um ambiente totalmente sujo. 

"A condição de higiene era extremamente precária, muito simplória, com animal morto no local. A princípio, ele fazia tudo sozinho. No momento da abordagem, ele quebrou o celular para que os seus fornecedores e consumidores não fossem descobertos. Os consumidores não sabiam que os compridos eram falsificados. As investigações continuam  no intuito de verificar quem são esses consumidores principalmente das bebidas alcoólicas que estão envenenando a sociedade nesses eventos e tinham pleno conhecimento que eram falsificadas. Assim como os traficantes dessas drogas sintéticas, que vamos tentar qualificá-los", finalizou o delegado. 

O suspeito participou de uma audiência de custódia um dia após a prisão e foi liberado pela Justiça com o uso de tornozeleira eletrônica.

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