Crime falso

Homens mentem sobre roubo para conseguir segunda via da identidade

Aumento de quase 150% nas ocorrências de falsa comunicação de crime preocupa a PM

Por Lara Alves
Publicado em 19 de fevereiro de 2019 | 20:06
 
 
 
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A coincidência é enorme, mas os crimes aconteceram com pessoas diferentes e não têm nenhuma ligação. Duas bases comunitárias móveis da Polícia Militar, uma no Barro Preto e outra no Floresta, região Central de Belo Horizonte, registraram duas ocorrências de falsa comunicação de crime na tarde desta terça-feira (19).

Em ambos os casos, os homens, um de 28 e outro de 18 anos, teriam procurado a Polícia para denunciar o roubo da carteira de identidade. A estratégia seria uma forma de obter a segunda via de forma gratuita, o aumento de R$ 32 para R$ 71,86 para conseguir o documento seria o grande motivo para a queixa falsa.

No primeiro caso, o homem procurou a base da PM às 7h da manhã e contou que foi roubado na rua Guaicurus, no encontro com rua Rio de Janeiro, na região Central. Os assaltantes teriam levado além do documento, a quantia de R$ 100, uma mochila e uma marmita. Ele confessou o crime quando os agentes da polícia o levaram até o local e começaram a verificar as imagens das câmeras de segurança.

A outra história aconteceu menos de uma hora depois da primeira e o rapaz contou aos militares que teria sido roubado no cruzamento da rua São Paulo com a avenida Afonso Pena, região Central de Belo Horizonte. A polícia descobriu a comunicação falsa quando recorreu às imagens registradas pelas câmeras ali localizadas.

Os dois homens foram conduzidos à delegacia e devem responder por contravenção penal de comunicação falsa de crime perante o Juizado Especial Criminal. Os condenados podem ter seus finais de semana restritos, realizar trabalhos comunitários ou até serem obrigados a pagarem multas.

Comunicação falsa preocupa PM

De acordo com o Tenente Alípio, responsável pelas duas ocorrências registradas na tarde desta terça-feira (19), o crime de comunicação falsa sofreu um aumento de 150% de janeiro para cá e a corporação tem averiguado caso a caso.

“As pessoas precisam saber que a Polícia Militar e a Polícia Civil estão atentas a esses registros e nós corremos atrás para descobrir a história por trás de todo roubo, para verificar a informação”, contou. O principal motivo que leva as pessoas a quererem o boletim de ocorrência é poder conseguir gratuitamente as segundas vias dos documentos de identidade e acionar o seguro de celulares por roubo. 

O tenente alerta que a cada ocorrência falsa, viaturas são deslocadas para averiguar e militares deixam de atender a algumas ocorrências para tentar resolver algumas mentirosas. “Isso causa um prejuízo enorme para nós, deslocamos recursos para investigar e isso tudo gera um custo para o Estado”, afirmou.

No Carnaval, a corporação promete estar atenta a esse tipo de contravenção. “Todas as câmeras da PM e da Prefeitura de Belo Horizonte estão em pleno funcionamento, inclusive árvores foram podadas para maximizar o alcance das câmeras do Olho Vivo”, explicou o tenente. Para ele a medida é tanto para garantir a segurança dos foliões quanto para facilitar a averiguação de falsas comunicações.

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