O hospital Risoleta Toletino Neves, localizado no bairro Vila Clóris, região Norte de Belo Horizonte, admitiu nesta quinta-feira (6) que errou ao não comunicar às autoridades competentes a morte de um dos pacientes que estava internado na unidade com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol.
Segundo nota assinada pela diretora-geral do hospital, Alzira de Oliveira Jorge, o homem, que não teve sua identidade divulgada, deu entrada no dia 20 de janeiro. Dois dias depois, um familiar informou que ele havia ingerido uma cerveja da Cervejaria Backer.
Apesar de ele não apresentar os sintomas da síndrome nefroneural, o paciente foi enquadrado como caso suspeito de intoxicação por dietilenoglicol. Segundo o hospital, a medida foi informada aos órgãos competentes, além de serem tomados procedimentos padrões das secretarias municipal e estadual de Saúde.
Morte
Apesar de todos os cuidados e assistência ao paciente, o Risoleta Neves afirmou que errou quando, no último sábado (1), dia em que foi constatado o óbito, não informou isso ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), além do corpo não ter sido encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Ainda de acordo com Alzira Jorge, a diretoria do hospital está "tomando todas as medidas internas para que situações como essa não ocorram novamente". O caso ainda está sob investigação, já que os exames não foram concluídos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que o óbito, ocorrido do dia 1, só foi notificado no dia 3. "O procedimento estabelecido em função da investigação epidemiológica em curso, conforme a legislação em vigor acerca de casos e óbitos provenientes de agravos inusitados, determina que sejam comunicados de forma imediata ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS)".
O texto diz ainda que a secretaria "solicitou esclarecimentos ao hospital Risoleta Neves, uma vez que o óbito foi notificado ao CIEVS apenas no dia 3 de fevereiro".
O boletim mais recente da SES, divulgado nesta quinta-feira (6), registra 30 casos suspeitos de intoxicação pelo dietilenoglicol, com seis mortes. Do total de casos, 22 são de moradores da capital mineira e oito da região metropolitana e interior.