Saúde animal

Hospital público veterinário de BH terá capacidade cirúrgica ampliada

Complexo localizado no bairro Madre Gertrudes, região Oeste de BH, vai receber R$ 5 milhões que serão investidos na compra de equipamentos para ampliação das cirurgias de baixa e alta complexidade

Por Pedro Nascimento
Publicado em 22 de setembro de 2022 | 16:11
 
 
 
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Inaugurado na metade de 2021, o Complexo Público Veterinário, que atende gratuitamente cães e gatos da população de Belo Horizonte, vai receber um investimento de R$ 5 milhões para ampliação das cirurgias que são realizadas na unidade. O anúncio do recurso foi realizado nesta quinta-feira (22), durante uma visita técnica da Secretaria Municipal de Meio Ambiente ao local.

Atualmente, o complexo conta com uma estrutura completa, incluindo três consultórios para atendimento de cães e gatos, além de farmácia, sala de raio-x, bloco cirúrgico e espaço para internação. O dinheiro será utilizado na compra de equipamentos que darão à unidade a capacidade de ampliar as cirurgias de baixa e alta complexidade.

“Hoje, com esse valor em conta, vamos conseguir aumentar as capacidades de atendimentos para mais 80 cirurgias por mês, de baixa complexidade, 5 cirurgias mensais de alta complexidade, cirurgias essas que custam para a população de R$ 7 mil  a 10 mil reais. Vamos atender e tratar mais de 120 gatos com esporotricose por mês e também vamos conseguir uma ambulância para fazer esse serviço de socorro e resgate. Nenhuma capital do Brasil tem esse investimento que estamos anunciando hoje”, celebra o diretor do complexo, Aldair Pinto.

Presente na visita técnica, o secretário municipal de meio ambiente, Mário Werneck, celebrou a inclusão dos animais nas políticas públicas do município. “São 30 atendimentos por dia e mais de mil atendimentos por mês para pessoas carentes. É gente que não tem condição de arcar com o ônus e o custo de um animal caseiro, e eu espero que esse investimento sirva até como um incentivo para que as pessoas entendam a dificuldade que é fazer isso”.

Os recursos são fruto de emendas parlamentares do deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD), que também contribuiu com a implementação do hospital. "Sabemos que com esse hospital nós estamos favorecendo e contribuindo para a saúde pública do município e nossa ideia é ampliar esse hospital para outros municípios", disse. 

Para o secretário, é importante que a prefeitura discuta a inclusão de mais recursos para o investimento na área a partir dos próximos anos. “Vou conversar com o prefeito (Fuad Noman) para que a gente insira no orçamento do município recursos que viabilizem a manutenção desse hospital. Essa é a grande meta do ano”, avalia.

População carente

No hospital, são realizadas cirurgias ortopédicas, eletivas, corretivas e emergenciais. Todas elas em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária da UniBH, que contribui com a mão de obra especializada. O público atendido é o mais carente, que possui registro bi Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) - instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias de baixa renda.

É o caso da Luciene Santos, de 55 anos, que foi ao hospital nesta quinta-feira para tratar o câncer do Perigoso - vira-lata da família que apesar do nome, é bem mansinho. “Ele tá com a gente já tem mais de oito anos e ele sempre teve problema de saúde”, diz a senhora. “Antes ele tratava no particular e a gente deu muita sorte porque o doutor cobrava bem pouquinho e a gente pagava no cartão, em muitas parcelas. Mas agora, de graça, é bem melhor”, conta Luciente.

Assim como ela, o José Maria Ferreira, de 35 anos, também levou o amigo Lobão - outro vira-lata - para se tratar de uns ferimentos que surgiram após uma fuga de casa. “Ele deu essa doença do mosquito (leishmaniose) que afetou muito ele. Tá com o apetite ruim, sem beber água, e na consulta eles viram como ele tá e passaram uma receita de remédios pra ele melhorar”, explica o assistente de eletricista.

Como funciona

Para que um animal se submeta gratuitamente a uma cirurgia, o primeiro passo é o tutor encaminhá-lo para consulta na unidade. Verificada a necessidade de cirurgia, ele entra em uma fila de espera, na qual são priorizados os procedimentos de urgência. 

Os documentos necessários para ingresso do usuário são Carteira de Identidade (RG), CPF e comprovante de residência em Belo Horizonte, além de inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). O hospital funciona de segunda a sexta-feira e também atende ONGs de resgate animal.

O espaço é gerido por meio de uma parceria entre Prefeitura de Belo Horizonte e a Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa-MG).

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