HUB de empreendedorismo impulsiona profissionais com síndrome de Down em BH

A Praça da Assembleia foi tomada pela luta contra o capacitismo na manhã deste domingo (3 de março) com a realização da 1° Corrida Mano Down e a 12° Caminhada pela Inclusão. Organizada pelo Instituto Mano Down, instituição sem fins lucrativos que busca promover a autonomia e inclusão de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências, a corrida reuniu atletas, familiares e pessoas com deficiência e síndrome de Down para uma manhã de conscientizaçona e incentivo ao esporte.

A corrida é a primeira atividade da sétima edição do Mês T21 Mano Down, programação que marca as celebrações do dia 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down. Com o tema “Fim dos Estereótipos e do capacitismo”, o Instituto busca aproximar a população de atividade públicas para quebrar estigmas relacionados a pessoas com síndrome de Down. Segundo o fundador e presidente do Instituto, Leonardo Gontijo, dentre os estereótipos, um dos mais fortes são de que pessoas com T21 são incapazes. Preconceito que Instituto tenta desmitificar por meio de seu trabalho.

“Além dos programas de divulgação e conscientização, o Instituto tem um programa de empregabilidade que prepara os jovens adultos para o mercado de trabalho, e nós já temos hoje mais de 50 jovens trabalhando em grandes empresas. Nos trabalhamos a inclusão em todas suas fases, inclusive, no que se refere a empregabilidade dessas pessoas e a inclusão delas no mercado de trabalho para que elas tenham sua autonomia e independência reconhecidas”, explica André Jacques, Conselheiro do Instituto Mano Down.

O Instituto criou também o HUB INCLUO Empreendedorismo social, projeto que estimula e apoia o empreendedorismo entre pessoas com deficiência intelectual e seus familiares. O Hub conta com diversos profissionais ofertando serviços como de garçons, recepcionistas, músicos, modelos, influenciadores digitais, palestrantes, e produtos com artesanato. Um dos grandes nomes do HUB é o músico e palestrante Dudu do Cavaco, considerado o primeiro músico com síndrome de Down do Brasil a gravar um CD/DVD profissional. 

A massoterapeuta Helga Almeida Pinto também faz parte do HUB e sua especialidade é massagem relaxante. Além de possuir seu próprio espaço para atendimento no HUB, Helga também presta serviços para empresas. “Eu amo falar que eu tenho o maior prazer do mundo em compartilhar, que tenho muitos orgulhos em mim nessa busca por mudança, inclusão,  oportunidades. Porque eu não falo causa, eu falo que é a vida de uma pessoa.  A gente tem que acreditar nos nossos sonhos, e eu acredito muito em mim”, declarou Helga e entrevista a O TEMPO durante a 1° Corrida Mano Down.

Incluir não é só contratar

Segundo o defensor público Luis Renato Braga Arêas Pinheiro, coordenador estadual da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência (CEPIPED), explica que incluir pessoas com síndrome de Down no mercado de trabalho vai além de apenas contratar, é preciso preparar o ambiente para esses profissionais possam mostrar todo o seu potencial. 

"O direito ao trabalho é um direito constitucional que é um direito da dignidade da pessoa humana. A pessoa tem que se sentir útil e ela tem toda a condição de produzir. Infelizmente a gente vê muitos casos dentro das empresas em que às vezes você tem a pessoa com Síndrome de Down, a pessoa com deficiência que a pessoa nem vai trabalhar, só recebe salário. Sendo que o salário é importante, sim, mas é apenas um dos fatores da dignidade da pessoa de um trabalho”, explicou Luis em entrevista a O TEMPO durante a 1° Corrida Mano Down.

Para conhecer o trabalho do Instituto Mano Down, como o HUB Incluo, o Programa Talento Apoiado e as ação do Mês Mano Down T21, acesse o site da organização.