Educação

IEMG à espera de liberação de verba

Obras emergenciais no prédio, tombado pelo Iepha, estão orçadas em R$ 511 mil; Secretaria de Estado de Educação confirma que licitação já foi finalizada

Por Pedro Ferreira
Publicado em 08 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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As obras emergenciais para reparos no telhado, no sistema de captação de águas pluviais e na rede elétrica, impermeabilização de laje e substituição de caixas-d’água do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) estão orçadas em R$ 511 mil, mas a Secretaria de Estado de Educação (SEE) depende de liberação financeira do caixa do Estado para começar os serviços. A licitação para o serviço já foi concluída.

O edifício de uma das mais tradicionais escolas públicas de BH, que ocupa um quarteirão completo da rua Pernambuco, no bairro Funcionários, com mais de 16,7 mil m², foi projetado pelo arquiteto Edgar Nascentes Coelho em estilo eclético. 

Ainda de acordo com a secretaria, está em andamento um projeto arquitetônico para reforma geral do prédio, previsto para ser concluído em setembro. “O projeto vai incluir reestruturação espacial do prédio, reforma da parte hidráulica e elétrica, refeitório, esquadrias, acessibilidade e cobertura da quadra. Após a conclusão desse projeto, será possível programar o processo de licitação da obra propriamente dita e prever o custo total e o cronograma das intervenções”, informou a secretaria.

Sobre o risco que algumas dependências do prédio oferecem às pessoas, a secretaria informou que uma equipe física da Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A, responsável pela escola, faz monitoramento frequente das condições gerais. “Alguns ambientes insalubres ou que oferecem algum risco aos estudantes estão devidamente interditados”, disse.

Patrimônio. O prédio do Instituto de Educação é tombado desde 1982 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), que informou elaborar um projeto de restauração arquitetônica e de instalações complementares de toda a edificação, adaptando às demandas atuais e também de acessibilidade universal. 

Para isso, foi firmado contrato com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagens de Minas Gerais (DEER/MG) e a empresa B&L Arquitetura, por meio de processo licitatório. “Técnicos do Iepha-MG estão acompanhando e orientando a elaboração do projeto”, informou o órgão. Em 1994, o Instituto de Educação também passou a ser protegido pela Secretaria Municipal de Cultura, no conjunto urbano das avenidas Carandaí e Alfredo Balena e adjacências. 

Estudantes. O Instituto de Educação tem cerca de 4.900 alunos matriculados em três turnos nos ensinos fundamental, médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e curso normal. Ao contrário do passado, quando preparava apenas moças da elite belohorizontina, a instituição atende estudantes de todas as classes sociais. 

Só moças. “Educar-se para educar”, esse era o lema do Instituto de Educação de Minas Gerais na preparação de professoras, com ensino destinado exclusivamente para moças da elite belo-horizontina.

Iepha reconhece precariedade

Três anos depois de abrigar a Escola Normal Modelo, em 1909, o prédio do Instituto de Educação passou por reforma, em 1912. “Após a reforma do ensino, em 1928, deu-se início a elaboração de projeto de reforma e ampliação do edifício, de autoria do arquiteto Carlos Santos, alterando parte da fachada frontal além das alas laterais. O prédio foi reinaugurado em 1930”, informou o Iepha.
Em 1953, houve mais uma reforma, em decorrência de um incêndio que destruiu uma das alas laterais. Essa obra, que teve a construção dos anexos da avenida Carandaí e da rua Paraíba, foi finalizada em 1956. 

“A monumentalidade da fachada e seu acervo artístico e mobiliário são premissas a serem observadas. Atualmente, a edificação está em estado precário de conservação, necessitando de ações emergentes de restauração, principalmente de sua cobertura, que sofre com infiltrações constantes”, reconhece o Iepha.

O prédio, inauguradono ano de 1898, originalmente seria o Ginásio Mineiro, mas abrigou, provisoriamente, o Tribunal da Relação do Estado de Minas Gerais (hoje Tribunal de Justiça de Minas Gerais) durante a mudança da capital mineira de Vila Rica (Ouro Preto) para a Cidade de Minas (Belo Horizonte).

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