BOATE DA MORTE

Jovens são mortos em festa de Carnaval dentro de boate em Ipatinga

Tiroteio neste sábado (6), na casa noturna Fênix, ainda deixou um rapaz e uma adolescente feridos; jornalista do município denuncia que local é ponto de disputa de traficantes e outros criminosos

Por AILTON DO VALE
Publicado em 06 de fevereiro de 2016 | 19:23
 
 
 
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Conhecida como “boate da morte” por causa dos constantes tiroteios e homicídios que acontecem no local, a casa noturna Fênix, no bairro Canaã, em Ipatinga, no Vale do Aço, foi cenário de mais uma cena de terror neste Carnaval. Na madrugada deste sábado (6), dois jovens foram assassinados a tiros e outros dois ficaram feridos durante um baile funk.

Igor Leonardo de Oliveira e Pedro Henrique Matos dos Santos, ambos de 18 anos, foram as vítimas fatais dos disparos efetuados por outros dois jovens. Um deles já foi identificado pela Polícia Militar. O suspeito é B.M.C, de 18 anos, morador do bairro Vila do Sol.

O corpo de Igor estava no banheiro da boate, com sete perfurações espalhadas pelo corpo. Ele recebeu tiros nas pernas, no tórax, nas costas e na virilha. Já Pedro Henrique, encontrado no salão principal, foi atingido com seis disparos: quatro na cabeça, um na orelha e outro na mão direita. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML). 

Na ação dos criminosos ainda ficaram feridos Gustavo Rodrigues Amaro, de 19, e a adolescente K.A., de 16, moradora de Coronel Fabriciano. Eles foram socorridos pelo SAMU e encaminhados para o Hospital Marcio Cunha, no bairro das Águias.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar não quis dar mais detalhes sobre o crime. De acordo com um jornalista do site de notícias Plox, de Ipatinga, que preferiu não se identificar, os cidadãos não entendem como a casa noturna continua a funcionar mesmo depois de diversas ocorrências como a deste sábado.

“Não é a primeira vez. A boate Fênix é a boate da morte e não entendo como as autoridades ainda permitem o funcionamento do local. Em outubro de 2013, por exemplo, um adolescente de 17 anos foi executado no interior da casa. O proprietário  foi detido na época, mas já está solto novamente”, contou o repórter. “Existe um condomínio residencial perto da boate e os moradores vivem com medo. Constantemente escutam barulhos de tiros. É um cenário de guerra lá dentro”, concluiu.

A reportagem de O Tempo tentou entrar em contato com o dono da boate Fênix. Uma funcionária atendeu a ligação e disse que o empresário não se posicionará sobre o caso no momento. Questionada sobre o funcionamento do estabelecimento, ela afirmou que "ainda não sabe se abrirá as portas nos próximos dias de Carnaval".

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