VETADO

Justiça de BH proíbe lançamento e uso do Tubby no Brasil

Decisão foi tomada pelo juiz de direito Rinaldo Kennedy Silva, titular da Vara Especializada de Crimes Contra a Mulher da capital mineira

Por CAMILA KIFER / GUILHERME ÁVILA
Publicado em 04 de dezembro de 2013 | 20:32
 
 
 
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A 15ª Vara Criminal de Belo Horizonte proibiu o lançamento e o uso do Tubby, um aplicativo avalia as mulheres e prega a revanche dos homens contra o Lulu. A ordem prevê pena diária de R$10 mil caso a decisão seja descumprida.

O juiz Rinaldo Kennedy Silva, titular da Vara Especializada de Crimes Contra a Mulher da capital, foi quem deu o veredito. A ordem proíbe a GooglePlay Store, a AppleStore, o Facebook e a equipe Tubby de disponibilizarem o aplicativo para o público, em qualquer parte do país. 

O juiz entendeu que o aplicativo  – que avalia as mulheres, de acordo com seu “desempenho sexual” - submete as mulheres a uma forma de violência psicológica capaz de ser divulgada e potencializada em segundos. O pedido teve como fundamento a Lei Maria da Penha, visando a proteção dos direitos difusos das mulheres.

A ação foi promovida por mulheres das Brigadas Populares de Minas Gerais, o Coletivo Margarida Alves, o Movimento Graal no Brasil, a Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Mulheres em luta, Marcha das Vadias e o Coletivo Mineiro Popular Anarquista (Compa).

A advogada e integrante do movimento coletivo Margarida Alves, Fernanda Vieira Oliveira, explicou que a ação aconteceu antes do lançamento do aplicativo como forma de prevenção. “A informação na internet se propaga muito rápido. Depois que o estrago está feito é difícil ou quase impossível de reparar”, afirma.

Para embasar o processo entregue nesta terça-feira (3) à Justiça, a advogada utilizou o caso da jovem de 16 anos que se matou depois de ter um vídeo intimo, em que aparecia com o namorado e outra menina, vazado na rede.

Lançamento

Os criadores do aplicativo Tubby adiaram seu lançamento em 48 horas com direito a contagem regressiva em seu site oficial. Por enquanto ninguém mais poderá se cadastrar ou descadastrar do polêmico serviço que deveria estrear nesta quarta (4). A justificativa dos desenvolvedores foi a sobrecarga nos servidores e eles prometem divulgar uma nova surpresa em breve, como recompensa pelo atraso.
 
Diante da notícia, diversos internautas manifestaram suas reclamações na página do app no Facebook. "Por que ninguém conseguia fazer o descadastro antes? Cadê a tais políticas de privacidade que dizem seguir?", criticou Caroline Paiva. "Quando lançarem não haverá mais mulheres para serem avaliadas", comentou Frederico Cavalcante. "Então agora sou obrigada a baixar se não quiser participar? Que contradição", disse Caroline Paiva.

Proteção
 
A melhor alternativa para se proteger da invasão de privacidade de aplicativos que se usam a base de dados do Facebook é mudar as configurações do seu perfil. Acesse a aba "Configurações de privacidade" e depois clique em "Aplicativos". Na seção "Aplicativos que você usa", selecione o Tubby App e depois clique em "Remover", para que o programa deixe de ter acesso aos seus dados. Na parte "Aplicativos usados por outras pessoas", você pode editar e desmarcar as categorias de informações que as pessoas podem levar com elas ao usar aplicativos, jogos e sites. Isso vai impedir que apps utilizem suas informações pessoais indevidamente.

Bolinha

Na próxima semana, estará disponível gratuitamente para Android e iOS o aplicativo brasileiro Bolinha, desenvolvido pela startup mineira GetSet. Trata-se de uma ferramenta, que permitirá aos rapazes realizar avaliações das mulheres que fazem parte de sua rede de amigos do Facebook. A ideia é incluir os homens na brincadeira proposta pelo aplicativo Lulu, lançado no Brasil na última semana, que permite às mulheres avaliarem com notas e hashtags o desempenho de amigos da rede social.

Os criadores do Bolinha encaram a ideia como uma brincadeira e garantem que o conteúdo será leve. Pedro Darma, fundador da GetSet, conta que já foi avaliado pela ferramenta feminina: “Eu vejo isso como uma brincadeira. Eu já fui avaliado tanto positivamente quanto negativamente pelo Lulu e levo tudo  isso numa boa”, afirma.

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