A 1ª Vara Cívil de Nova Lima determinou, nesta quarta-feira (20), a suspensão de todas as atividades da Vale vinculadas à barragem de Dique III, que faz parte do complexo de Vargem Grande, no município de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A decisão, publicada nesta quinta-feira (21) obriga a empresa a interromper, além da barragem, as operações de usinas, cavas e transportes associadas à estrutura, até que seja comprovada a estabilidade da barragem e neutralizados todos os riscos humanos, ambientais e socioambientais. 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) é o autor da ação civil pública relacionada ao caso e o pedido foi embasado nos documentos encaminhados pela empresa alemã Tüv Süd, investigada no processo do rompimento da barragem em Brumadinho. 

Nos relatórios enviados ao órgão, a consultoria alertou para a necessidade de revisão dos relatórios de segurança de várias barragens, entre elas a de Dique III. 

Além de interromper a operação, o juiz acatou o pedido do MPMG para que a Vale contrate nova auditoria de segurança e elabore plano de ação para reverter eventuais riscos. Determinou ainda a retirada de moradores da chamada área de autossalvamento. 

Operações interrompidas desde fevereiro

A Vale informou que as atividades do complexo de Vargem Grande estão paralisadas desde o dia 20 de fevereiro, por uma determinação preventiva da Agência Nacional de Mineração (ANM). 

Na época, a Defesa Civil de Minas Gerais e a Vale evacuaram cerca de 100 pessoas de 33 famílias que residiam na região presente na mancha de inundação em caso de rompimento das estruturas. 

A mineradora informou que acatou imediatamente a decisão da ANM, mas que iria entrar com recurso junto à Diretoria Colegiada do órgão para realizar desmonte mecânico via trator e manter as operações das usinas de concentração e pelotização. Em nota enviada à imprensa, a Vale informou que isso levaria “a impactos limitados nos volumes de produção, cujos valores serão informados assim que estimados”. 

(Com Estadão Conteúdo)