O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) expediu nesta quinta-feira (28) alvará de soltura para o homem de 40 anos suspeito de cometer pelo menos 16 arrombamentos ao restaurante Xico da Kafua, localizado no bairro João Pinheiro, região Noroeste de Belo Horizonte. Ao todo, ele tem cerca de 20 passagens pela polícia.
No último roubo, registrado nessa terça-feira (26), as câmeras de segurança flagraram Erivelto Fernando Ferreira levando cerca de 30 quilos de carnes do estabelecimento. Após o crime, ele foi amarrado por moradores em um poste do bairro Vila Serrinha, na mesma região, onde foi preso.
Conforme o alvará, o suspeito foi libertado após audiência de custódia. Ele deverá comparecer em juízo para comprovar quais são suas atividades; não poderá se ausentar por mais de 30 dias de BH; não pode ficar na rua durante a noite e deverá permanecer em casa durante fins de semana e feriados.
O tenente coronel Marckleuber Fagundes, do 34º Batalhão da Polícia Militar, afirma que o suspeito é um velho conhecido dos militares pela prática de roubo. “Não só aqui na área do restaurante, mas também na região vizinha como no bairro Califórnia, Lagoinha, há algum tempo. No último fim de semana ele foi preso com drogas e materiais que poderiam ser utilizados para um arrombamento. Ele foi solto e retornou ao restaurante", afirmou.
Ainda de acordo com ele, livre, Erivelto corre risco de vida. “A questão dos furtos e roubos dele é uma questão que vamos continuar tratando e prendendo quantas vezes foram necessárias, mas a gente percebeu que a população não está mais suportando os pequenos furtos e roubos que ele cometia. Então hoje a nossa preocupação também é com a vida desse autor”, completou.
Indignação
Em contato com a reportagem de O TEMPO após a soltura desta quinta-feira, o sócio-proprietário do restaurante, Edinardi Pereira Torres, disse que a situação é desanimadora. "Eu estou com desânimo, entregando os pontos. O que eu fiz para manter esse cara na cadeia, você não tem ideia. Fiquei até meia-noite em delegacia, fiquei dando entrevista durante um dia inteiro, mas não resolveu", lamentou.
"É uma descrença total no sistema, sabe? Eu não tenho palavras. Primeiro, nós temos que acreditar no trabalho da polícia, e depois no dos juízes, não tem como. Agora, eu espero que esse rapaz arranje outro coitado para roubar e me esqueça um pouco", concluiu.