No interior

Lojas da família de Zema ficam abertas para pagamento de boletos na Onda Roxa

Empresa justifica que funciona como correspondente bancário e que decreto do Estado permite seu funcionamento presencial

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 18 de março de 2021 | 16:19
 
 
 
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Lojas do grupo Zema, da família do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foram observadas funcionando em cidades mineiras após o governo estadual decretar que todo o Estado está na Onda Roxa do programa Minas Consciente. Há relatos, pelo menos em Conselheiro Lafaiete e em Manhumirim, de que lojas da marca continuariam recebendo clientes presencialmente.

A abertura é justificada legalmente pela empresa, que tem 310 filiais em Minas. Embora seja mais conhecida pela venda de móveis e eletrodomésticos, a Zema também presta serviços de correspondente bancário, em que as pessoas pagam contas de água e luz, por exemplo. Esse serviço pode continuar funcionando presencialmente mesmo na Onda Roxa, justifica a empresa — a deliberação estadual que lista as normas da etapa de restrição descreve que “agências bancárias e similares” têm autorização para operar.

“A orientação é a permissão de entrada de um cliente por vez para realizar o pagamento, tomando todos cuidados preventivos, como obrigação do uso de máscara, distanciamento e álcool em gel disponível na entrada da loja”, descrevem as lojas Zema, por meio de nota. 

Na unidade de Manhumirim, um vídeo que o cinegrafista diz ser datado das 16h dessa quarta-feira (17) mostra uma loja Zema aberta com clientes circulando em seu interior. Segundo a prefeitura, na tarde de quarta ainda havia lojas não essenciais abertas, enquanto a gestão municipal decidia os últimos detalhes do funcionamento do município na Onda Roxa. A ordem, agora, é que todas permaneçam fechadas. Ainda de acordo com o governo municipal, nessa quinta, a loja já estava fechada e não teve problemas com a fiscalização. 

A reportagem ligou na unidade de Conselheiro Lafaiete sem se identificar nessa quinta-feira. Um funcionário garantiu que a loja faz apenas entregas por delivery e que o único outro serviço operando é o de pagamentos bancários. O governo local diz que, ainda no dia 16 de março, recebeu uma denúncia de funcionamento irregular o espaço, mas identificou que a loja têm registro para funcionar como correspondente bancário e que, portanto, poderia continuar funcionando. 

O governo de Minas lembra que o governador não participa da administração da empresa desde 2016.

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