PROTESTO DO DIA 12

Manifestantes são conservadores e a favor da pena de morte

Estudo traça perfil das pessoas que participaram dos protestos de domingo e chegou a conclusão que a maioria deles votou em Aécio e acha que pobres, negros e mulheres têm muito privilégios

Por TÂMARA TEIXEIRA
Publicado em 13 de abril de 2015 | 13:18
 
 
 
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Os manifestantes que participaram dos protestos deste domingo (12) na praça da Liberdade, em Belo Horizonte, eram em sua maioria eleitores do senador Aécio Neves (PSDB), conservadores e com uma média de idade de 35 anos. Os dados são de uma pesquisa do grupo de estudos Opinião Pública, Marketing Político e Comportamento Eleitoral, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os números finais estão sendo contabilizados nesta segunda-feira (13), mas, segundo a professora e coordenadora do grupo, Helcimara Telles, já é possível afirmar que a maioria das pessoas que aderiram ao movimento no último domingo na capital mineira é contrária à expansão dos direitos das minorias, antipetistas  e que mais de 80% dos entrevistados deram nota zero ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Helcimara Telles explica que a intenção do levantamento foi traçar um perfil ideológico do público. Por isso, foram feitas perguntas sobre programas sociais e outros temas polêmicos como, pena de morte, desarmamento e aborto.

“Era um público mais duro de conservadores. A maior parte deles é a favor da pena de morte, e o do porte de armas. Por outro lado, uma parte significativa é a favor do aborto e da liberalização da maconha”, afirma Helcimara Telles.

Ainda de acordo com a professora, para a maior parte dos entrevistados, os pobres hoje no Brasil têm muitos privilégios. “A maioria significativa acredita que os pobres têm muitos privilégios, ou seja, eles têm uma resistência às políticas de inclusão. Também é possível afirmar que a maioria avalia que os negros e as mulheres têm muitos direitos no Brasil”, revelou a coordenadora do grupo.  Na avaliação da cientista política, os dados são preocupantes. “No momento em que a democracia se renova, a percepção de inclusão social também deveria ser renovada”, afirma.

Segundo a professora, foram entrevistadas 351 pessoas durante o ato e também foram feitas oito horas de gravações no protesto. As imagens foram gravadas entre 8h e 17h. Elas irão auxiliar no estudo do perfil dos manifestantes. Helcimara Telles destaca, no entanto, que a pesquisa revela o perfil ideológico da maioria dos presentes. “Mas é claro que existiam outras pessoas que pensavam diferente dessa maioria”, explicou. O resultado com os números absolutos deve ser divulgado no fim da tarde desta segunda (13).

O estudo não foi realizado durante o protesto anterior, que ocorreu no último dia 15 de março, quando 24 mil pessoas foram às ruas em Belo Horizonte. Neste domingo (12), foram 5.000 manifestantes, segundo a Polícia Militar, nas praças da Liberdade e da Estação. 

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