DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

Médico faz alerta após recorde de internações em BH; veja

Vacinação com a bivalente da Covid-19 ainda está baixa

Por Isabela Abalen
Publicado em 09 de agosto de 2023 | 17:20
 
 
 
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Belo Horizonte registrou em julho o maior número de internações por doenças respiratórias na rede SUS da capital desde o início do ano. Foram 48 internações por dia, duas por hora, e um crescimento de 59% com relação a janeiro. Além do período de inverno, que influencia na maior propagação dos vírus, o infectologista Unaí Tupinambás alerta para outros fatores de risco como o tempo seco, a correlação com outras doenças e a baixa cobertura vacinal. 

Tempo seco

Belo Horizonte está em alerta para tempo seco daté sexta-feira (11). De acordo com a Defesa Civil da capital, os índices de umidade do ar vão permanecer abaixo de 30%. Só para se ter uma ideia, o ideal definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 60%.

De acordo com o infectologista Unaí Tupinambás, a desidratação é inimiga dos problemas respiratórios. “O tempo seco piora bastante os casos de doenças respiratórias. Com a baixa umidade, as vias aéreas ficam desidratadas e mais suscetíveis a infecções, é como se ficássemos desprotegidos”, alerta. Para conferir cinco cuidados em dias de tempo seco, clique AQUI.

Correlação com outras doenças 

“A grande maioria das doenças respiratórias têm uma recuperação boa, sem necessidade de internação. No entanto, um fator de risco para complicações no aparelho respiratório é a correlação com hipertensão, diabetes e outras doenças, principalmente cardiovasculares ou vasculares”, explica Tupinambás.

O Hospital Metropolitano Odilon Behrens, na região Noroeste, por exemplo, precisou reduzir, neste mês, a oferta de cirurgias eletivas para priorizar os leitos de internação aos pacientes mais graves, de acordo com o Gerente de Regulação do Acesso Hospitalar da prefeitura, André Menezes, principalmente de doenças cardiovasculares ou vasculares. Isso, simultaneamente a alta de internações por problemas respiratórios.

O médico reforça que, dependendo da idade ou da gravidade das outras doenças, o paciente perde a capacidade de melhor reagir ao ataque do vírus. “Essas questões acabam sendo uma porta de entrada para complicações das infecções respiratórias. Dessa forma, o paciente precisa passar por oxigenoterapia, tomar soro para hidratação e outros cuidados que demandam internação”, explica. 

Baixa vacinação 

Na capital, 78% dos adultos de até 59 anos de idade ainda não se vacinaram com a vacina bivalente contra a covid-19. A cobertura vacinal das crianças também está abaixo do esperado: somente 11% dos pequenos de 5 a 11 anos chegaram até as doses de reforço.

“Isso é o que impressiona. Essa alta de internações, mesmo sazonal, poderia ser menor caso a cobertura vacinal estivesse mais alta. É preciso vacinar tanto para a quarta, quinta dose da covid, quanto para completar o calendário vacinal infantil”, aconselha. 

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