Gráfico

Minas Gerais atinge o maior nível da média móvel de mortes por coronavírus

Atualmente, o número de óbitos no Estado por Covid-19 está em alta, enquanto o de casos encontra-se estável

Por Cristiano Martins e Gabriel Moraes
Publicado em 21 de agosto de 2020 | 17:45
 
 
 
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Minas Gerais registrou até esta sexta-feira (21) 4.663 mortes em decorrência do coronavírus, sendo 120 apenas nas últimas 24 horas. O dia foi marcado pelo fato de o Estado ter atingido o maior nível da média móvel de óbitos confirmados desde o início da pandemia: 102,9.

Isso significa que quase 103 vítimas da Covid-19 foram confirmadas diariamente no Estado, em média, nos últimos sete dias, estando esse número em ritmo de crescimento acelerado. Nesse parâmetro, destacam-se as regiões Nordeste (7,6), Sul (9,7) e Vale do Aço (10,3), todas elas também em intenso aumento nos registros.

Casos

Com relação ao número de pessoas infectadas, dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) indicam estabilidade. Até esta sexta-feira, Minas confirmou 188.623 casos, sendo 3.561 no boletim de hoje. Com isso, a média dos últimos sete dias está em 2.885 novos registros diários. O pico aconteceu no dia 13 de agosto, quando essa taxa era de em média 3.155 mineiros infectados diariamente.

Veja no gráfico abaixo a média móvel por região, microrregião e cidade:

 

Análise

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, ressalta que parte dos novos óbitos e casos registrados no balanço diário podem ter sido notificados há bastante tempo, não retratando portanto o cenário exato de hoje.

“Em torno de 80% dos óbitos aconteceram nos últimos 15 dias, e 20% de óbitos são óbitos antigos que estão sendo atualizados. Isso significa que estamos conseguindo manter uma taxa de atualização razoável. E aquele momento de transição para o Sivep-Gripe já está finalizando”, disse o secretário. 

No início de agosto, a SES mudou a forma de notificação dos dados relacionados à pandemia para equipará-la ao sistema federal, com o objetivo de reduzir a diferença entre o dia o óbito e sua notificação pelo governo.

Entenda o gráfico

O "Termômetro da Covid" apresenta a evolução da média móvel de óbitos e casos acumulados nos últimos sete dias, e tem como parâmetro de comparação os mesmos dados registrados há duas semanas.

Se a média de hoje superar em mais de 15% o valor de duas semanas atrás, então a situação observada é de crescimento acelerado. No outro oposto, uma redução superior a 15% representa desaceleração. Se a variação for de até 15% para mais ou para menos, a média se encontra em um nível de estabilidade.

O uso da média móvel se justifica pela grande oscilação das notificações entre os diferentes dias da semana. Ela fica muito clara quando se observa a queda durante fins de semana e feriados, por exemplo. Desta forma, a média mostra tendências mais consistentes.

Já a janela de duas semanas para comparação se explica pelo tempo médio de ação do vírus e pela demora no processamento de exames e na divulgação dos resultados nos sistemas oficiais utilizados pela SES.

Esta é a mesma metodologia utilizada, por exemplo, pelo jornal The New York Times (https://www.nytimes.com/interactive/2020/us/coronavirus-us-cases.html)

Os dados são provenientes dos boletins epidemiológicos da secretaria e referem-se aos municípios de residência dos pacientes. Isso explica eventuais números negativos, uma vez que os casos podem ser revisados ou "transferidos" de cidade.

 

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